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Archive for the ‘Cruzeiros’ Category

Cruzeiro de Azurara – Vila do Conde

Posted by mjfs em Março 4, 2009

 Cruzeiro de Azurara 1

O Cruzeiro de Azurara constitui, na verdade, um (e o mais interessante) dentre os vários monumentos semelhantes que ainda hoje se podem apreciar na freguesia. Está implantado no vasto adro da Igreja Matriz de Azurara, rasgada por belo portal manuelino, certamente contemporâneo do cruzeiro.

Numa plataforma de quatro degraus quadrangulares, de aresta, assenta o conjunto da coluna, capitel, e remate em cruz. A coluna é cilíndrica e lisa, com ligeiro espessamento na base, e fuste elegante, elevando-se a boa altura. Junto do topo está um escudo de fundo redondo (escudo português), aparentemente em branco. Sobrepuja-o uma gola em ferro, a partir do qual o capitel ganha maior espessura, antecedendo o capitel. O capitel é composto por um bloco cúbico com faces ornadas por relevos heráldicos e simbólica diversa: assim, a face anterior exibe uma esfera armilar, a face posterior um escudo de armas concelhio, e as restantes uma vieira. Sobre este bloco assenta uma peanha lisa, encimada pela cruz. Esta é latina, de braços largos, sendo os três superiores rematados em flor-de-lis. Nas faces anterior e posterior ficam as imagens de Cristo e da Virgem, o primeiro em posição hierática, com a face voltada para a esquerda e os pés assentes na peanha, e a última de mãos postas. Ambas as imagens são de talhe algo ingénuo, bastante rígidas e inexpressivas, apesar de alguma atenção ao talhe dos panejamentos.

Entre os aspectos mais curiosos do cruzeiro, devemos citar a referência a Santiago de Compostela, expressa nas vieiras do capitel. A Igreja Matriz de Azurara foi mandada erguer por D . Manuel, em 1502, por ocasião da sua passagem pela vila em direcção a Santiago, pelo que a presença das vieiras se deve entender neste contexto. Cruzeiro e igreja terão sido, de resto, erguidos em conjunto, de acordo com a tipologia manuelina deste. Quanto à restante emblemática, merece destaque a esfera armilar, símbolo pessoal de D. Manuel, e testemunho do seu particular empenho na construção do templo. Sobre ele fica a figura de Cristo, assim apresentado como Rei do Mundo, enquanto a da Virgem encima a heráldica concelhia, recordando que é igualmente padroeira do templo, da invocação de Santa Maria.

 

Texto: SML / IPPAR

 

Cruzeiro Azurara 2

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Pelourinho ou Cruzeio de Parada do Bouro

Posted by mjfs em Janeiro 10, 2009

Cruzeiro Parada de Bouro - Foto Turismo Rural Vieira do Minho

Localização

Braga, Vieira do Minho, Parada do Bouro

Acesso

Lug. de Aldeia

Enquadramento

Rural, isolado, junto à igreja paroquial.

Descrição

Plataforma quadrada de dois degraus, onde assenta base quadrada, com moldura superior boleada. Coluna de base prismática, quadrangular, com fuste liso, de secção circular, ligeiramente galbado, possuido arranque em dupla moldura, terminando em moldura simples. Remate em esfera achatada encimada por cruz latina de braços com remates trilobados.

Utilização Inicial

Marco jurisdicional: pelourinho

Utilização Actual

Devocional: cruzeiro

Época Construção

Séc. 13 (conjectural)

Cronologia

1202, Fevereiro – Foral concedido por D. Sancho I; séc. 19 – extinção do concelho, que era composto por três freguesias.

(Fonte: DGEMN)

  

 

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Cruzeiro de São Romão do Corgo

Posted by mjfs em Dezembro 31, 2008

 São Romão do Corgo - monumentos.pt

O Cruzeiro de S. Romão foi erigido em 1573 por Miguel Mesquita Sobrinho. É um cruzeiro quinhentista, que tem na base uma inscrição com a data.

Assenta num soco quadrangular com dois degraus. Fuste cilíndrico com uma esfera no topo e uma cruz com hastes cilíndricos.

Em 1940 foi efectuado restauro associado à comemoração do duplo centenário da Nacionalidade e da restauração, o restauro deste cruzeiro insere-se nas comemorações dos dois centenários – o 8º da Nacionalidade e o 3º da Restauração, celebrados em Portugal em 1940.

No fuste, encontra-se desde 1986 um azulejo com a inscrição do ano mariano.

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Cruzeiro fronteiro ao adro da Igreja de São Francisco – São Sebastião – Guimarães

Posted by mjfs em Dezembro 17, 2008

Cruzeiro Fronteiro ao Adro da Igreja de S Francisco - Guimarães - monumentos.pt - 1

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado numa alameda ajardinada, fronteiro ao adro da igreja do Convento de São Francisco.

Descrição

Cruzeiro assente em pedestal tronco piramidal, possuindo no plinto, um inscrição moldurada, onde assenta coluna de fuste estriado, de secção circular, demarcada no terço inferior. Possui capitel compósito, com flores em cada um dos lados, onde assenta cruz latina de braços rematados por flor de lis. Na face da cruz voltada para o adro da Igreja de São Francisco, a imagem do Crucificado.

Cronologia

1400, 3 Novembro – D. João I autorizou, por escritura em Braga, a reedificação do Convento de São Francisco, naquele local da vila; 1593 – construção do cruzeiro, conforme consta da data inscrita no plinto.

Tipologia

Arquitectura religiosa, maneirista. Cruzeiro de caminho com coluna compósita e imagem do Crucificado.

Texto: DGEMN (Isabel Sereno 1994 – Joaquim Gonçalves 2004)

Cruzeiro Fronteiro ao Adro da Igreja de S Francisco - Guimarães - monumentos.pt - 2

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Mosteiro de São Bento ou Santo Tirso, Cerca e Cruzeiro Processional

Posted by mjfs em Dezembro 16, 2008

 Mosteiro Santo Tirso - Foto Maria Ines Dias - IPPAR

Dotado de inquestionável beleza paisagística e de abundantes e diversificados recursos cinegéticos, essenciais à sobrevivência e fixação do Homem, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Santo Tirso possui inúmeros testemunhos da presença de comunidades humanas, desde a mais alta antiguidade.

De entre a multiplicidade de testemunhos edificados desta mesma existência, sobressai, sem dúvida, o “Mosteiro de Santo Tirso, Cerca e Cruzeiro Processional”, localizado na própria povoação de Santo Tirso.

Embora já funcionasse na segunda metade do século VIII, por iniciativa de S. Frutuoso, Bispo de Dume e de Braga, ou muito antes, pela do bispo da diocese de Braga, S. Martinho de Dume (c. 518/525-579), o cenóbio – mais conhecido por “Mosteiro de S. Bento” – foi reconstruído já no século XIII, mercê do empenho de Martim Gil de Sousa, e de cuja campanha de obras remanesce apenas o claustro gótico, do tipo clunicense, do qual se destaca, ao nível térreo, a arcaria ogival que o percorre, apoiada em colunas geminadas com capitéis profusamente lavrados com motivos geométricos, antropomórficos, quiméricos, zoomórficos e vegetalistas.

Na verdade, o complexo que hoje observamos resulta de uma reedificação seiscentista concebida pelo arquitecto Frei João Turriano (filho de um arquitecto milanês, Leonardo Turriano), monge de S. Bento, engenheiro-mor do Reino e lente de Matemática na Universidade de Coimbra, autor de várias intervenções arquitectónicas realizadas noutros espaços religiosos.

Transpondo a entrada rasgada no alçado principal de frontão triangular com janelão tripartido e pináculos arredondados sobre as aresta e ladeado por duas torre sineiras terminadas em cúpula piramidal forrada a azulejo, acede-se à nave única coberta por ampla abóbada.

A par dos dois retábulos de talha setecentista, das imagens de madeira colocadas nos altares laterais, dos púlpitos da segunda metade do século XVIII e dos altares e capelas do transepto, destaca-se, no interior, a capela-mor com retábulo de talha de finais de seiscentos, ostentando imagens de S. Bento e de Sta. Escolástica, sendo iluminada por seis janelões sulcados na sua parede.

Quanto ao edifício do mosteiro, propriamente dito, ele apresenta frontaria inscrita no barroco bracarense, com brasão aposto no pórtico, albergando capela coberta por painéis azulejares seiscentistas, executados a azul e a amarelo, evocando a vida de Cristo, tendo o conjunto mocanal, incluindo a cerca e o cruzeiro processional, sido contemplado no primeiro documento nacional de classificação de estruturas antigas como “monumentos nacionais”, datado de 1910, numa confirmação da sua importância histórica.

Texto: [AMartins] / IPPAR

Cruzeiro Santo Tirso - Foto Maria Ines Dias - IPPAR

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Cruzeiro de Pinheiro da Bemposta – Lugar do Cruzeiro – Oliveira de Azeméis

Posted by mjfs em Novembro 20, 2008

 Pinheiro da Bemposta 1 - monumentos.pt

Enquadramento

Urbano. Isolado, circunscrito num pequeno adro, perto de um cruzamento, no centro da vila.

 

Descrição

Soco de 3 degraus onde se ergue um pequeno templete de planta quadrangular, formado por quatro pilares, emoldurados interiormente, com pedestais elevados. O corpo superior desenvolve um entablamento e cobertura piramidal, com 5 coruchéus. No seu interior, o cruzeiro assenta em meia-coluna com pedestal em forma de bolbo; cruz, com braços terminando em flor-de-lis, e Cristo. Todo o corpo é abrigado por gradeamento.

 

Tipologia

Arquitectura religiosa, maneirista e rococó. Cruzeiro maneirista e rócocó, de alpendre, aberto, e de planta quadrada tipo templete. Tipologicamente, o abrigo de cruzeiros por um templete é muito usual e encontra no distrito de Aveiro. São exemplo o Cruzeiro de Nossa Senhora da Alegria, Aveiro, (1554), Cruzeiro de São Lourenço do Bairro (Séc. 16), Cruzeiro de Ventosa do Bairro, Mealhada (Séc. 17), Cruzeiro de Soza, Vagos (1659) ou o Cruzeiro de Mogofores (1733).

Fonte: DGEMN

Pinheiro da Bemposta 2 - monumentos.pt

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Cruzeiro de Leça do Balio – Matosinhos

Posted by mjfs em Maio 3, 2008

Leca do Balio 1 - Foto Jose Eduardo Gama - IPPAR 2006

 

D. Frei João Coelho, Grão-Mestre da Ordem do Hospital (mais tarde Ordem de Malta) e comendador de Leça do Bailio entre 1452 e 1515, comissionou ao escultor coimbrão Diogo Pires O Moço uma série de trabalhos na igreja do Mosteiro de Santa Maria. Entre as encomendas, encontra-se o túmulo com estátua jacente do próprio comendador, falecido em 1515, bem como a pia baptismal, e finalmente o cruzeiro fronteiro ao templo, todo realizados entre 1513 e 1515.

O cruzeiro encontra-se presentemente reconstruído diante do portal Sul da igreja, enquadrado por um gradeamento baixo, o conjunto abrigado sob um alpendre de linhas contemporâneas. Trata-se de um monumento típico dos alvores de Quinhentos, quando Diogo Pires se encontrava no auge da carreira; a pia baptismal da igreja, delicada obra da Renascença, é considerada de resto uma das melhores realizações do escultor. Sobre um soco de dois degraus quadrangulares, em granito, datado da época da reconstituição, ergue-se o cruzeiro, integralmente talhado em pedra de ançã, e constituído por base poligonal, fuste cilíndrico, e crucifixo. A coluna do fuste é interrompida, a meia altura, por um anel ornamentado com boleados e flores de liz, que ostenta uma legenda em letra gótica incluindo o ano de construção, 1514. Os motivos decorativos, também presentes num aro da base, repetem-se novamente em anel no topo do fuste, sobre o qual se destaca um capitel ornado de gordas folhas de acanto, sobre o qual se levanta a cruz latina. Os braços desta, de secção quadrada, são decorados com florões ao correr das faces, e rematados por cogulhos vegetalistas, temas de resto muito presentes na obra de Diogo Pires, particularmente após o seu contacto com os escultores flamengos sediados em Coimbra nos últimos anos do século XV e inícios do século XVI, com quem colaborou, e com quem terá absorvido a técnica típica da talha em madeira e o uso de motivos naturalistas. De referir ainda a presença do brasão dos Coelhos, evocativo do encomendante, oriundo de uma família da alta nobreza.

Após a extinção das ordens religiosas, no século XIX, a igreja e toda a cerca conventual foram votadas ao abandono. O cruzeiro chegou a ser mutilado, datando o seu restauro e recolocação de 1964-66, quando se ergueu igualmente a plataforma, o gradeamento e a estrutura de protecção do conjunto.

 

Leca do Balio 2 - Foto Jose Eduardo Gama - IPPAR 2006

Fonte: IPPAR

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Cruzeiro do Bom Jesus de Barrosas – Idães – Felgueiras

Posted by mjfs em Abril 10, 2008

Idaes - Felgueiras

Implantado junto ao Santuário do Bom Jesus de Barrosas, o cruzeiro com a mesma invocação constituía não apenas um sinal de fé, mas era também parte integrante das cerimónias religiosas que se realizavam no santuário, nomeadamente das procissões que envolviam o cruzeiro no seu percurso. Por exemplo, a romaria do Espírito Santo, realizada entre 24 e 27 de Maio foi uma das mais concorridas da região.

Ao contrário de muitos outros cruzeiros que se caracterizam pela depuração das suas linhas, o do Bom Jesus de Barrosas pauta-se por uma enorme carga decorativa e pelo grande valor escultórico de todos os seus elementos. Sobre um conjunto de quatro degraus, ergue-se o plinto de secção quadrada, em cujas faces são exibidas cartelas. Sobre uma delas, a data de 1724 indica, muito possivelmente, o ano da edificação do cruzeiro. A coluna, de fuste estriado, apresenta o terço inferior com motivos de pontas de diamante e é rematada por um capitel coríntio. Sobre este, uma esfera com decoração vegetalista e a cruz exibe, numa das faces, a imagem de Cristo crucificado.

(IPPAR)

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Cruzeiro do Passal ou Pombeiro – Felgueiras

Posted by mjfs em Abril 9, 2008

Do Passal ou Pombeiro - Felgueiras - Foto Portuguese_eyes

A cerca de 500 metros do Mosteiro de Pombeiro de Ribavizela, no terreiro fronteiro ao cemitério, junto do caminho de acesso ao cenóbio, levanta-se este cruzeiro. É também conhecido como cruzeiro do Passal, designação dada aos terrenos de serventia das igrejas e casas paroquiais, como seria o caso deste local. O monumento funciona, de facto, como cruzeiro de adro do mosteiro. Ergue-se no centro de uma área empedrada, sobre soco de cinco degraus quadrangulares, de aresta, constando de base, coluna e remate com a cruz. A base é um bloco prismático de secção quadrangular, com molduras crescentes no topo e na zona inferior, sobre o qual assenta a coluna. Esta é cilíndrica e lisa, elevando-se a cerca de sete metros de altura, e rematada por pequena peça tronco-cilíndrica, encimada pela cruz, de quatro braços iguais, rematados por pequenos motivos vegetalistas.

O cruzeiro pode ter sido construído no século XVII, talvez mesmo durante a campanha de obras desenvolvida por Frei José de Santo António Vilaça, que chegou ao Mosteiro em 1770, e por cuja iniciativa foi renovado o interior da Igreja e construídos vários altares em talha.

(Foto: Portuguese_eyes) (Texto: IPPAR)

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Cruzeiro Lugar de Pedrosa – Ponte de Lima

Posted by mjfs em Dezembro 30, 2007

Lugar de Pedrosa - Ponte de Lima

Localização : Correlhã
Protecção : IIP, Dec. nº 8/83, DR 19 de 24 Janeiro 1983
Enquadramento : Urbano. Ergue-se bem juntinho a umas casas arruinadas e à margem de caminho público.
Descrição : Soco de 3 degraus quadrangulares escalonados onde assenta base paralelipípeda, com inscrições nas almofadas das 4 faces e na zona côncova, tendo na principal a memória construtiva: “Bras Colosso Guerra mandou fazer – 1636”; “LOVVA/DO SEA/O SANT/IO SSIMO/CRANTO”. Coluna facetada sobre toro, tendo sensivelmente a meia altura imagem da Virgem sobre mísula; capitel jónico e remate em cruz de hastes simples com Cristo.
Utilização Inicial : Devocional
Época de Construção : Séc. 17
Cronologia : 1636 – Mandado erigir por Bráz Colosso Guerra, como se pode ler na inscrição da base. Desconhecemos a sua evolução posterior.
Tipologia : Arquitectura religiosa, seiscentista. Cruzeiro seiscentista de estilo maneirista.
Características Particulares : Pode ser considerado como um dos melhores cruzeiros maneiristas do concelho. De carácter popular possui, no entanto, uma certa riqueza decorativa ao fazer prevalecer dois grupos escultóricos. A representação da Virgem, com as mãos sobre o ventre, mantem-se muito presa à coluna e as roupagens amplas não permitem detectar o volume corpóreo, tornando-se assim uma imagem plana. A imagem contorcida do Cristo, contudo, já se destaca mais e denota maiores preocupações anatómicas, possuindo até um certo equilíbrio entre o tamanho dos braços em relação ao corpo. 

(Fonte: pontedelima.com)

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