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Archive for the ‘Palácios’ Category

Torre de São Sebastião ou Palácio do Conde de Castro Guimarães – Cascais – Lisboa

Posted by mjfs em Setembro 28, 2009

 Torre de São Sebastião - Palácio dos Condes Castro Guimarães

Implantado junto à entrada para a Boca do Inferno, o Palácio do Conde de Castro Guimarães, como ficou conhecido, é uma arquitectura fortemente cenográfica e pictórica, que encontra, na perfeita integração com o meio envolvente e com os equipamentos já aí existentes, como a ponte rústica, um dos seus maiores trunfos. Por outro lado, e no contexto do século XIX, em que a história é integrada na arquitectura como memória colectiva , este palacete de veraneio constitui um exemplo de eclectismo, ao mesmo tempo unificador de várias linguagens arquitectónicas, que lhe conferem um enorme sentido de monumentalidade.

Seguindo a descrição de Branca Colaço e Maria Archer, o autor do projecto “deu-lhe a graça medieval das janelas geminadas, as cúpulas das igrejas orientais, os mirantes dos serralhos moiriscos, os coruchéus das catedrais góticas, os alpendres dos solares minhotos, as torres das fortificações bárbaras, os varandins dos palácios italianos, as arcarias do estilo manuelino, mil enfeites, mil contornos diversos”. A mesma ideia está presente nos estudos recentes de Regina Anacleto, nas palavras de quem este edifício “patenteia uma amálgama de tendências e de materiais que se estendem desde o castelo senhorial a reminiscências mouriscas, manuelinas e renascentistas, bem como da pedra ao reboco de argamassa, passando pelo revestimento cerâmico”.

A edificação do palácio deve-se à iniciativa de Jorge O’Neill, irlandês ligado aos negócios do tabaco e às finanças que, em 1892, requereu o aforamento destes terrenos à Câmara de Cascais. Tomando o exemplo de D. Luís, os nobres e personalidades influentes elegeram esta orla da linha como destino privilegiado de férias, implantado aqui as suas habitações de veraneio.

Crê-se que o modelo da casa que O’Neill veio a construir seja devido ao cenógrafo Luigi Manini, que o irlandês teria encontrado a pintar, neste local, inserindo na paisagem um palacete revivalista, tão ao gosto de outros projectos da sua autoria, como o Palace Hotel do Buçaco. Foi, no entanto, o pintor Francisco Vilaça quem concebeu o desenho do palácio, cerca de 1900, imprimindo-lhe um carácter cenográfico, devedor de Manini e de si próprio, que concentra nas fachadas-cenário todo o esforço decorativo.

Apresenta planta irregular, constituída por um corpo longitudinal onde se inclui o claustro, um outro também de planta rectangular, e a torre de São Sebastião, esta última de aparência românica. Os volumes são, igualmente, irregulares e de formas muito diversas, com fachadas abertas por vãos de características muito diferenciadas. Merecem especial destaque os jardins, com equipamentos diversos e um lago com uma parede de azulejos provenientes, muito possivelmente e como a iconografia indica, de uma igreja de religiosos teatinos. Na verdade, os azulejos que encontramos no exterior e no interior revelam, também eles, o gosto pelo antigo, tendo sido aqui utilizados painéis cerâmicos de origens diversas, quer do século XVII, quer do século XVIII.

Jorge O’Neill imprimiu ao palácio um cunho muito pessoal, bem visível nos elementos de origem irlandesa, como os trevos presentes nos ferros forjados, e nas pinturas de algumas salas.

Em 1910, O’Neill encontrava-se numa situação financeira difícil, que o levou a vender o palácio ao Conde de Castro Guimarães, um importante banqueiro que beneficiava de privilegiadas ligações internacionais. Este, sem descendentes, optou, no seu testamento, por deixar o edifício à vila de Cascais, com a condição do município fazer dele um museu e um jardim público. Assim veio a acontecer em 1927, aquando da sua morte, abrindo o museu ao púbico apenas três anos mais tarde, em 1930. Conservando as características de Casa-Museu, a sua colecção é constituída, essencialmente, por mobiliário, azulejaria, porcelana, pintura e arqueologia, dispondo, ainda, de uma biblioteca.

 

Fonte: (RC) / IPPAR

Outras Ligações:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Palácio dos Condes de Castro Guimarães (Pesquisa de Património – IPPAR)
  • Torre de São Sebastião (pt.wikipédia)
  • Palácio dos Condes de Castro Guimarães (Guia da Cidade)
  • Museu dos Condes de Castro Guimarães (cm-cascais)
  • Palácio dos Condes de Castro Guimarães (IPPAR-FOTOS) 

     

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    Palacete Melo – Vila do Conde

    Posted by mjfs em Março 6, 2009

    palacete melo - blogue estadevelho 

    Antiga colónia balnear da Fundação Narciso Ferreira, o Palacete Melo insere-se num conjunto urbano que exemplifica a ideia romântica da estância balnear de finais do século XIX. A expansão balnear oitocentista processa-se segundo novos princípios de concepção tipológica e este palacete assume a sua importância porquanto define não só um momento de referência da história local mas também porque o conjunto em que se integra é um dos raros exemplos de estância balnear, uma vez que na Póvoa do Varzim foram destruídos exemplares arquitectónicos semelhantes.

    Separado por um muro gradeado, este edifício romântico, orientado a Sul, cujo acesso é feito através de uma escadaria situada na fachada Oeste, apresenta alçados de dois pisos, sendo o segundo já integrado no tímpano do frontão que o remata. As coberturas são em telhado de duas águas, sendo o frontão, cunhais e molduras das janelas realizados em pedra mármore, destacando-se no seu interior a decoração dos tectos. A Câmara Municipal de Vila do Conde tem ali como projecto a futura instalação do Museu do Emigrante.

    Fonte: IPPAR / AAM

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    Palacete do Visconde de Vilar de Allen – Lordelo do Ouro – Porto

    Posted by mjfs em Fevereiro 23, 2009

     Palacete do Visconde de Vilar de Allen

    Foi mandada construir, nos últimos anos da década de 1920, pelo 3º Visconde de Villar d’Allen para sua residência, coincidindo com uma época em que o Porto assistia ao surgimento de uma série de palacetes, que imprimiram à cidade uma marca burguesa. Com ligações à Casa Ramos Pinto (através de laços matrimoniais e comerciais), Joaquim Ayres de Gouveia Allen, engenheiro de formação e cônsul da Bélgica no Porto, é definido como um “misto de aristocrata e capitalista”. O projecto para a sua casa de habitação foi concebido pelo arquitecto José Marques da Silva (1869-1947).

    Os primeiros desenhos estavam concluídos em Abril de 1927, mas o casal Allen foi introduzindo múltiplas alterações ao projecto inicial que, de forma genérica, se prendiam com o hall de distribuição do espaço interno e com a localização da capela, que se pretendia de acesso directo ao exterior, sendo que todas estas questões acabaram por se reflectir na própria concepção das fachadas, também sucessivamente alteradas. Na sua Dissertação de Doutoramento, António Cardoso analisa este programa, considerando o Petit Trianon, de Versalhes, como o modelo principal da Casa Allen, numa escolha cuja responsabilidade imputa ao encomendador, e da qual resultou uma “imagem mitigada e adulterada de um Petit Trianon, agora portuense, numa linguagem academizante e involutiva”.

    A planta estrutura-se em torno do hall central, a que se acede através da fachada principal, virada para a rua, e da fachada Sul, cuja monumentalidade acaba por inverter a importância dos alçados, quase anulando o principal. A capela abre-se no alçado Norte, que se articula em três corpos diferenciados.

    Ambas as fachadas, de aparelho rusticado, caracterizam-se pela simetria na abertura dos vãos, pelos remates em platibanda, que quase cobrem o telhado, e pelos pórticos, numa linguagem de cariz neoclássico. De acordo com António Cardoso, reside na concepção destes alçados, de leitura equívoca em relação ao interior, uma das novidades do projecto: “a suposta ambiguidade das fachadas significava, afinal, a sua visão totalizadora, uma nova concepção do projecto, e uma nova forma de abordagem”. Os jardins, que aproveitam três frentes da casa, distribuem-se da seguinte forma: na entrada e na área lateral Sul, respeitam um esquema racional, e na zona posterior invocam a influência inglesa.

    Naturalmente, os projectos para habitações particulares revestem-se de algumas pré determinações, impostas pelos proprietários; facto de grande significado para a análise e contextualização da obra. No que respeita à Casa Allen encontramos vários destes particularismos e, quer de um ponto de vista da integração do edifício no conjunto de obras de Marques da Silva, quer num contexto da própria cidade, a verdade é que o imóvel acaba por se salientar, reflectindo o gosto do seu encomendador. De facto, os eclectismos, e neste caso, os de sabor neoclássico, prolongaram-se, no nosso país, até à década de 1920 mas, de acordo com António Cardoso, a marca ecléctica e neoclássica da Casa Allen constituiu uma expressão academizante no conjunto da obra de Marques da Silva. Por outro lado, nestes anos 20, o imóvel é quase uma excepção na própria dinâmica de opções arquitectónicas da cidade do Porto. Muito embora possamos encontrar pontos de contacto com a Casa de Serralves, do mesmo autor, as linhas art déco desta última assumem-se como um dos mais significativos exemplos desta estética no nosso país, afastando-se dos modelos da Casa Allen. Em todo o caso, não deixa de constituir um importante marco arquitectónico e urbanístico da cidade do Porto.

    Mais recentemente, em 1991, foi construída, nos seus jardins, a Casa das Artes, projecto do Eduardo Souto Moura (com data de 1980). A qualidade desta arquitectura, com as características fachadas cegas deste autor, mas abrindo-se para a cidade com a fachada em vidro, a Norte, mereceu a Souto Moura o Prémio Secil.

    Fonte: (RC) / IPPAR

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    Paço Ducal de Vila Viçosa – Évora

    Posted by mjfs em Fevereiro 11, 2009

     Paço Ducal - Vila Viçosa

    Antecedido pela moderna estátua equestre de D. João IV, escultura realizada por Francisco Franco, o Paço Ducal de Vila Viçosa ergue-se no topo de um amplo terreiro nesta vila alentejana. O Palácio pertence à fundação da Casa de Bragança e foi um empreendimento começado por D. Jaime no século XVI, de acordo com os cânones do gótico final. Dessa primitiva fundação restam alguns elementos arquitectónicos, materializados no claustro do paço e em alguns compartimentos do rés-do-chão, com algumas coberturas abobadadas e portas de inspiração mudejar. Posteriormente, nos séculos XVII e XVIII, o Palácio dos Duques de Bragança foi remodelado e aumentado, sobretudo ao nível da fachada principal e da decoração das diversas dependências palacianas.

    Iniciada pelo duque D. Teodósio II (1568-1630), a sua frontaria é severa e marcada por elegantes linhas maneiristas, repartida por três pisos rasgados por portas, janelas e varandas, estruturando-se com pilastras distribuídas segundo os preceitos das ordens clássicas – dórico no piso inferior, jónico no intermédio e coríntio no último -, harmonia quebrada no reinado de D. Maria I quando lhe foi acrescentado um corpo compósito na parte axial da cobertura do palácio.

    A entrada do actual museu da Fundação da Casa de Bragança conduz a uma imponente escadaria, cujas paredes apresentam frescos do século XVI, alusivos à tomada de Azamor em 1513, por D. Jaime de Bragança. Do acervo de artes decorativas deste imenso palácio, destacam-se algumas secções que decoram as diversas dependências – a tapeçaria de produção belga ou holandesa; variadíssimas peças de mobiliário provenientes de diversos países; cerâmica oriental e europeia; ourivesaria sacra, com relevo para a Cruz-Relicário do Santo Lenho, em ouro, com aplicações de esmaltes e de 6200 pedras preciosas, obra seiscentista encomendada por D. João IV ao atelier de Filipe Valejo, ou ainda a pintura, com a vastíssima colecção que vai desde o século XVI até ao século XX, incluindo alguns dos mais famosos pintores nacionais e ainda pinturas do rei D. Carlos.

    A Sala dos Tudescos ou dos Duques abre a ala norte e revela-se um magnífico compartimento do palácio, ostentando um tecto barroco de caixotões dourados, contendo as pinturas de todos os duques de Bragança, desde o século XIV até D. José, algumas das quais foram pintadas pelo artista francês Pierre Antoine Quillard e outras pelo pintor saboiano Domenico Duprà. A parede central tem um fogão em mármore, enquanto os outros panos expõem diversas tapeçarias setecentistas. Predomina a pintura de frescos e de painéis de cobertura nas Salas das Virtudes e de Hércules, com as suas pinturas mitológicas, ou ainda na Sala das Duquesas.

    No lado oposto, virado a sul, apresentam-se a Sala da Rainha, que se estende para a Sala de David, decorada com cenas históricas pintadas, bem como um soberbo silhar de azulejos dos inícios de Seiscentos, produzidos por Talavera de La Reina e concebidos por Fernado de Loyaza. O oratório privado de D. Catarina expõe um soberbo pano do século XVI, trabalho flamengo que representa o Descimento da Cruz. Seguem-se-lhe outras dependências, terminadas no flanco sul pelas Salas do Príncipe do Brasil e de D. Maria.

    Orientada para o jardim do palácio situa-se a ala evocadora da memória de D. Carlos e de D. Amélia. Nesta ala transversal encontra-se a capela real, decorada por finos e coloridos estuques dos séculos XVIII e XIX, começados no reinado de D. João V e terminados por D. João VI. Neste espaço são visíveis pinturas italianas de Maratta ou Rosselini, ou ainda do francês Quillard. Expõe-se também o tríptico quinhentista do Calvário, que veio do Convento das Chagas de Cristo e que actualmente se encontra na Sala da Tribuna, e ainda uma tela de S. João Baptista, pintada em 1793 por Domingos António de Sequeira.

    Das dependências deste vasto palácio, destaca-se ainda a excelente e enorme colecção de armaria, exposta nos antigos compartimentos quinhentistas de D. Jaime; a cozinha do palácio com a sua imensa parafernália de utensílios em cobre, de todos os tamanhos e feitios; a cocheira real, com os seus admiráveis coches, berlindas ou liteiras; finalmente, a biblioteca, com os seus mais de 50 mil volumes, alguns dos quais verdadeiras raridades adquiridas por D. Manuel II.

    Fonte: In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-10].
    Disponível em: Infopédia

    Mais Links:

    Paço Ducal - Vila Viçosa

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    Casa Grande Ou Casa dos Cunha Reis – Braga

    Posted by mjfs em Janeiro 8, 2009

    Casa Grande - Braga - monumentos.pt

    Implantada desde o final do século XVIII no Campo das Hortas, a Casa Grande ou Casa dos Cunha Reis constitui uma das diversas marcas de poder que, ao longo dos tempos, os deões da Sé de Braga imprimiram à cidade. Foi seu impulsionador D. António Alexandre da Cunha Reis da Mota Godinho que, para tal, adquiriu esta propriedade no Campo das Hortas, onde edificou o imóvel que ainda hoje conhecemos e que foi considerado, à época, como uma das mais significativas construções da zona extramuros de Braga.

    A sua família, ligada ao comércio do vinho (neto de um rico negociante portuense e filho de um deputado da Companhia dos Vinhos do Alto Douro, também detentor da Quinta da Vacaria, no Alto Douro), e os próprios cargos por si desempenhados (Deão do cabido da Sé, vigário capitular, governador temporal do arcebispado, cavaleiro da Ordem de Cristo, Senhor da Quinta da Vacaria), permitiram-lhe ostentar o seu poderio (económico, político e religioso) através da arquitectura. O brasão, patente no frontão triangular que remata o edifício é, no entanto, posterior, tendo aí sido colocado por seu irmão, Joaquim Jerónimo, herdeiro da casa por morte do deão, em 1834.

    De planta regular, a Casa Grande, como é conhecida, apresenta dois andares, abertos por vãos regulares e bem ritmados que, na fachada principal, se relacionam entre si numa composição única – as portas e janelas do piso térreo são encimadas por um amplo lintel, formado por mísulas laterais que suportam um entablamento, a que se sobrepõe a base das janelas de sacada que constituem o piso nobre. A mesma composição que coroa os vãos térreos é repetida sobre as janelas de sacada, que terminam em frontões triangulares. Todo o alçado é ritmado por pilastras dóricas, que enquadram cada uma das composições descritas, o que acentua o sentido verticalizante do conjunto, apenas atenuado pelo friso que separa os dois andares e pelas linhas desenhadas pela regularidade dos diferentes traçados. Nos restantes alçados, o ritmo mantém-se ao nível do andar nobre, mas surge descontínuo no que diz respeito ao piso térreo. Ao centro da fachada, o frontão impõe-se, flanqueado por uma balaustrada, com vasos nas extremidades. O recurso a este género de linguagem, que se pauta pela utilização do frontão triangular (quer no coroamento dos vãos quer no próprio alçado), denuncia a emergência e o redescobrimento da linguagem clássica.

    No interior, desenvolve-se um amplo átrio (que permitia a entrada de cavalos), com uma escadaria cenográfica, iluminada por clarabóia de decoração em estuque, com medalhões em trompe-l’oeil. Nas salas do andar nobre reencontramos o mesmo género de decoração, de gosto neoclássico. As temáticas escolhidas oscilam entre os temas mitológicos e as paisagens. O mobiliário, a colecção de pintura e a vasta biblioteca era muito enaltecida pelos contemporâneos, entre os quais se destacam, naturalmente, o rei D. Fernando e o Duque da Terceira que, em 1852, visitaram a Casa Grande.

    Texto: (Rosário Carvalho) / IPPAR

    Casa Grande - Braga - Foto Joseolgon 25 maio 2007

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    Palace Hotel do Bussaco – Mealhada – Aveiro

    Posted by mjfs em Janeiro 7, 2009

    Palacio Hotel do Bussaco - Mealhada - monumentos.pt

    O Palace Hotel do Buçaco é uma edificação neomanuelina, construída entre 1888, ano da aprovação do projecto de Luigi Manini, e 1907, data em que abriu o concurso público para a sua concessão, por um prazo de 19 anos, ganho por Paul Bergamim e com contracto celebrado em 12 de Novembro desse mesmo ano. A história deste local é, no entanto, muito anterior, remontando a 1628-30, época que testemunhou o início da edificação do único Deserto carmelita existente em Portugal, e do qual apenas a igreja foi conservada e integrada no projecto oitocentista.

    De acordo com estudos recentes, particularmente desenvolvidos por Paulo Varela Gomes, o convento dos Carmelitas Descalços constituiu uma obra de arte total, da qual faziam parte a própria mata, cuja frondosa e muito diversificada vegetação é evocativa do monte carmelo e do paraíso terrestre, bem como todas as construções associadas, de que destacamos as ermidas e as capelas da Via Crucis, que representam os Passos e as estações da Paixão, e compõem o mapa da cidade Santa de Jerusalém . A Via Sacra deve-se à iniciativa de Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade de Coimbra, mas as capelas que hoje conhecemos são 50 anos posteriores, do final do século XVII, e mandadas construir pelo bispo-conde de Coimbra, D. João de Melo. À semelhança de outros exemplos do Buçaco, também estes pequenos edifícios de planta quadrada foram revestidos por materiais pobres, constituindo os denominados embrechados, considerados, actualmente, um dos aspectos arquitectónicos mais originais do conjunto.

    Do ponto de vista da interpretação deste Deserto, e retomando, de forma genérica, a via seguida por Paulo Varela Gomes, o Buçaco enquadra-se nas discussões sobre a origem da Ordem, que geraram acesa polémica no seio da Igreja. A este quadro junta-se a situação política portuguesa e a Inquisição, cujos membros mais significativos se encontram ligados ao Buçaco, e à Via Crucis que destaca a pressão judaica na morte de Jesus, conferindo maior destaque ao Pretório e ao Calvário (p.39). Assim, pode concluir-se que “O Sacromonte foi embelezado e desenvolvido como afirmação poderosa da antiguidade dos Carmelitas e da intransigência católica” .

    Já depois da Extinção das Ordens Religiosas, D. Maria Pia pretendeu criar neste espaço um palácio real, que rivalizasse com a Pena, mas os planos acabaram por não se concretizar e o então Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro, muito ligado ao Buçaco, propôs a construção de um palácio do Povo, ou seja, um hotel. Para tal, encarregou o cenógrafo Luigi Manini, que terminou as primeiras aguarelas em 1886. O plano foi aprovado em 1888 e as obras tiveram início ainda nesse ano. A antiga igreja, em torno da qual se encontravam as primitivas celas, foi conservada no seio do novo edifício, bem como algumas das estruturas conventuais. Manini inspirou-se na Torre de Belém e no Claustro dos Mosteiro de Santa Maria de Belém, para criar no Buçaco uma obra que não pode ser considerada apenas como um neo, mas sim como uma recriação ecléctica que denota aspectos historicistas, mas pouco relacionados com o retorno ao passado ou a ideias românticas.

    Sem nos podermos alongar demasiadamente nesta descrição, salientamos ainda alguns dos nomes ligados a esta grandiosa obra, como foram os arquitectos Nicola Bigaglia, José Alexandre Soares e Manuel Joaquim Norte Júnior, este último responsável, em 1905, pelo projecto da denominada Casa dos Brasões, que segue a lógica das Beaux-Arts. A partir de 1903, foram contratados diversos artistas para decorar os interiores do Hotel, entre os quais se encontram os pintores António Ramalho, Carlos Reis, João Vaz, o pintor de azulejo Jorge Colaço (que executou, entre outros, os painéis do vestíbulo, alusivos à Batalha do Buçaco), e o escultor Costa Motta Sobrinho, responsável pelos grupos escultóricos da Via Sacra.

    Texto: RC / IPPAR

    Palacio Hotel do Bussaco - Estarrega - Foto Catarina Esteves de Oliveira 2006 - IPPAR -1

    Palacio Hotel do Bussaco - Estarrega - Foto Catarina Esteves de Oliveira 2006 - IPPAR -2

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    Palácio do Marquês de Reriz – São Pedro do Sul – Viseu

    Posted by mjfs em Janeiro 6, 2009

    Palacio de Reriz - S Pedro do Sul - Foto Tiago Vasconcelos

    A história do Palácio do Marquês de Reriz encontra-se directamente relacionada com a presença da rainha D. Amélia nas Termas de São Pedro do Sul, que frequentou no final do século XIX hospedando-se, por diversas vezes, neste solar. Todavia, a sua edificação é anterior, remontando ao primeiro quartel do século XVIII, por iniciativa de um dos fundadores da Real Companhia dos Vinhos do Alto Douro, D. Diogo Francisco de Almeida e Vasconcelos.

    De facto, a arquitectura barroca do Palácio testemunha, precisamente, a época em que foi construído, denotando uma série de características comuns a tantas outras edificações deste período. Assim, verificamos o desenho da planta em U, com uma colunata de capitéis dóricos no pátio interior, o desenvolvimento das longas fachadas num único plano, de decoração contida, mais exuberante apenas ao nível do andar nobre. Na realidade, este piso era, habitualmente, o mais importante da casa, onde habitavam os seus proprietários, relegando os armazéns e arrecadações para o piso térreo.

    Na fachada principal, com janelas de sacada, rematadas por frontões de volutas interrompidos, destaca-se, ao centro, o portal, com frontão também de volutas, mas em cujo tímpano figura o brasão de armas dos Almeida. Contudo, e apesar da imponência e valor cenográfico, esta é a fachada mais reduzida, pautando-se, as restantes, por um maior comprimento e profusão de vãos.

    Na década de 90 do século XIX, o Palácio sofreu algumas intervenções, de forma a albergar a rainha e a vasta corte que a acompanhava. Nesta época, era designado por Paço Real de São Pedro do Sul, e o seu proprietário foi disntiguindo com o título de Marquês, em 1895, como forma de agradecimento pela recepção e cedência da sua habitação.

    Em consequência destas várias estadias da família real, o Palácio de Reriz foi conhecendo um progressivo enriquecimento de património móvel, constituindo uma significativa colecção de cerâmica, pintura, ou mobiliário. No interior do imóvel, uma escadaria permite o acesso ao andar superior, onde as diversas divisões exibem tectos apinelados, de madeira.

    Texto: (Rosário Carvalho) / IPPAR

    Palacio de Reriz - S Pedro do Sul - Foto monumentos.pt

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    Castelo de Portuzelo – Viana da Castelo

    Posted by mjfs em Outubro 29, 2008

    Castelo de Portuzelo - Viana do castelo - www.monumentos.pt

     

    O actual palácio de Portuzelo tem origem numa propriedade medieval (com existência segura no século XIII), tutelada por uma casa senhorial à época detida por Fernão Lobo e sua mulher, D. Ana Lobo Barreto. Infelizmente, nada se sabe sobre a configuração original do conjunto, perdida nas sucessivas renovações por que passou ao longo da história. No final do século XVII, a propriedade ainda se encontrava na posse dos descendentes daquele casal, tendo D. Maria Lobo promovido uma integral renovação do paço.

    Também esta última campanha de obras não chegou aos nossos dias. Em 1853, sendo proprietário António Pereira da Cunha, deu-se início ao monumental palácio romântico que hoje se conhece. A intenção do seu titular foi actualizar a residência ao gosto então em voga na Áustria e na Alemanha, onde se havia deslocado para assistir ao baptizado do filho de D. Miguel I. O resultado foi um projecto ímpar no Alto Minho.

    É um edifício de planta rectangular, regular, enriquecido por torre central mais elevada no centro do pátio, evocando as características torres de menagem românicas. Em alçado, as fachadas são marcadas por coroamento de ameias com guaritas nos ângulos (solução que se repete na torre), sendo as janelas de estilo neo-manuelino e neo-tardo-gótico. Ao centro da fachada principal, o andar nobre integra varandim panorâmico axial, a que se acede por cinco vãos contínuos de arco trilobado. As extremidades são idênticas entre si, marcadas por janelões de arcos de volta perfeita inseridos em molduras neo-manuelinas. Em redor do castelo existe um fosso, hoje parcialmente entulhado.

    Em 1977, os herdeiros de António Pereira da Cunha venderam o imóvel a José Pulido de Almeida, mas o conjunto permanece em adiantado estado de ruína.

    Texto: IPPAR – PAF

    OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Castelo de Portuzelo (Pesquisa de Património / IPPAR)
  • Castelo de Portuzelo (pt.wikipedia)
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    Palácio da Bacalhoa – Azeitão – Setúbal

    Posted by mjfs em Setembro 24, 2007

    A Quinta da Bacalhoa, obra magnífica e rara, «nunca teve nome próprio e foi sempre designada pelo local onde estava situada ou pelo de seus donos; chamou-se Quinta do Bacalhau por ter pertencido a D. Jerónimo Manuel, o Bacalhau, que nela faleceu em 1602. Em 1730 ainda se encontra assim nomeada, mas depois, sob a administração de D. Francisca de Noronha, passou a ser conhecida por Quinta da Bacalhoa.»

     Para uns, o que parece pouco admissível, pois a alcunha já existia no tempo do pai. D. Jerónimo Manuel adquiriu-a depois de uma viagem à índia onde os capitães sofreram grandes provações para salvarem a tripulação, atacada de escorbuto, e ficando só com o bacalhau, considerado nessa época nocivo à saúde; para outros, aquele sobrenome é menos honroso e a designação da quinta deriva, simplesmente, do facto de aquele ramo da família haver sido negociante de bacalhau, na Casa dos Bicos, em Lisboa, que pertencia à família Albuquerque. A história dos senhores desta quinta e uma análise pormenorizada da sua valiosa colecção de azulejos foram já motivo de estudos de Joaquim Rasteiro, Reinaldo dos Santos e Santos Simões. Procurar-se-á recordar os seus aspectos mais importantes e chamar a atenção para outros acontecimentos que estão, também, relacionados com a história da propriedade.

     No tempo de D. João I o seu monteiro-mor, João Vicente, tinha emprazado em três pessoas a «Quinta de Azeitão em Ribatejo». Uma parte da propriedade era foreira à Coroa e a restante a Diogo Fêo. Em virtude de João Vicente estar velho, cego e pobre, o rei comprou o domínio directo da quinta a Diogo Fêo e permitiu que se emprazasse, em 1427, a seu filho D. João, mestre da Ordem de Sant’Iago e Condestável do Reino, a quem, mais tarde, seu irmão, o rei D. Duarte, fez doação. Por sua morte, em 1442, sucedeu-lhe na posse sua filha D. Brites, que veio a casar em 1447 com o infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V. A quinta, lembrança da nova possuidora – que a usufruiu 64 anos, desde 1442 até à sua morte, em 1506 – tornou-se conhecida por «Quinta da Condestablessa» e passou a dispôr, desde essa data, de uma edificação notável, que, segundo se crê, constava de uma cerca torreada e de um revestimento de azulejo do modelo levantino, de que existem ainda numa das dependências da edificação alguns exemplares, pertencentes aos tipos rajolas que se fabricaram em Valência na segunda metade do século XV. Deve recordar-se ainda que «D. Brites por si, pela casa de seu pai, pelos bens do seu marido, pela generosidade do seu cunhado D. Afonso V e de seu genro D. João II viveu com um fausto e uma grandeza só excedidas pelas prodigalidades do próprio marido cujos hábitos imitou». O filho de ambos, D. Manuel, depois rei, mostrou bem que a «emente frutificara e encheu o reino com as maravilhas da arte e os esplendores das indústrias decorativas». Este monarca não esqueceu também a Quinta de Azeitão, propriedade de sua mãe, conferindo-lhe, em 20 de Julho de 1490, uma carta de privilégios que compreendia os caseiros, lavradores, arrendadores dos bens, lagareiro, mordomo e escrivão que estivessem na quinta, a qual dirigiu aos juizes e justiças da comarca de Azeitão e ao ouvidor.

    A quinta passou mais tarde para uma bisneta da Condestablessa, D. Brites Lara, que casou em 1519 com o Marquês de Vila Real. Em 1521 a nova proprietária começou a desmembrar as extensas propriedades que possuía na região e, em 1528, acabou por vender a própria Quinta de Azeitão a Brás de Albuquerque, filho natural do grande Vice-Rei da índia, Afonso de Albuquerque, pela avultada quantia de dez mil cruzados de ouro. O novo proprietário da Quinta de Azeitão foi perfilhado quando tinha 5 anos. Estudou sob a protecção de D. Manuel I no Convento de Santo Elói, em Lisboa, onde adquiriu uma boa formação clássica» e, por morte do pai, ainda por determinação régia, passou a chamar-se Afonso de Albuquerque e a beneficiar de uma tença de 300 000 réis e herdade. Casou em 1520 com D. Maria de Noronha, filha do Conde de Linhares, foi a Sabóia em 1521 integrado na esquadra que conduziu à Itália a infanta D. Beatriz, futura Duquesa de Sabóia, e posteriormente ocupou os importantes cargos de membro do Conselho Régio, de Provedor da Misericórdia e, em 1572, ainda o de Presidente do Senado da Capital  Durante a ida à Itália a armada fundeou em Vila Franca de Niza e enquanto se preparava a entrada triunfal da jovem duquesa, os fidalgos que faziam parte do séquito tiveram oportunidade de percorrer algumas cidades italianas, que nessa época se encontravam no auge da sua fama e grandeza artística. o filho do grande Afonso de Albuquerque trouxe, provavelmente, dessa excursão pela Itália, o gosto da arte e a imagem ideal da sua futura quinta. Este facto explica, muito provavelmente, o tipo de edificação da sua Casa dos Bicos, em Lisboa, reflexo da de Ferrara, e a reconstrução e ampliação do Palácio de Azeitão, cujo estilo se integra no do período da Renascença em Itália. É, no entanto, de admitir que tenha adaptado as suas novas ideias aos aspectos da antiga edificação, em especial às torres circulares de cobertura lobulada, que lhe conferem um certo sabor manuelino. A obra terminou em 1554, como mostra a inscrição no friso da porta que dá acesso, do lado norte, ao pátio do palácio, correspondendo, muito prova velmente, a parte renascentista da construção ao período de 1530 a 1550. A descrição mais antiga desta quinta, posterior à sua aquisição por Afonso de Albuquerque filho, de que temos conhecimento, data da época da elaboração do tombo do morgadio, mandado fazer por D. Jorge Manuel e autorizado por alvará de 31 de Maio de 1631: «Umas casas muito grandes e muito nobres, edificadas com muito primor, com varandas de todas as partes e casas e muitas salas, camaras recamaras, postas de parte do norte e do levante, ficando a quinta e pomar com seus jardins da parte sul e poente. Tem mais estas casas cubellos nos três cantos que se fazem para fora contra o norte, dois ao norte e um ao sul com que ficam realçados e lustrosas e na entrada que está em um pateo muito grande e com os seus portais, cerrado de muro, em que se correram e podem correr touros, está uma escada toda de pedraria com uma volta, toda com seus balaustres de mármore, que forma a entrada da primeira sala. Tem mais duas varandas com seus arcos de jaspe e columnas do mesmo, uma parte para a banda poente e outra para o norte com as suas grades de ferro até ao meio, com seus azulejos até meio das paredes.

    Há um pateo defronte das ditas casas cercado de muro com dois meios cubellos, com duas portas por que se entra e sae à estrada publica. Na parte nascente tem uma varanda de colunas de jaspe, que serve entre as casas terreas e gasalhados de creados e tem um chafariz de agua e uma parede de banda norte.» Possui também «jardim e um pomar contíguo às casas e jardim, que lhe ficam para a parte levante» no jardim, há «um tanque com 29 varas de canto a canto do qual se rega o pomar o qual é alimentado com a agua do rio de S. Simão de que lhe pertence toda a dita agua quatro dias naturais e três horas cada nove dias. Tem o dito tanque na cabeceira, pela parte sul, cinco casas de prazer armadas com colunas de jaspe e forradas todas de azulejos. A água que cai para o dito, sai pela boca de uma baleia artificiosa, com um tritão em cima, que formoseia muito o dito tanque e as casas de prazer, e com figuras várias em nichos. O pomar tem duas ruas «cercadas de alegretes e ladrilhos. «Numa das ruas há uma casa quadrada com quatro janelas, em que estão pintadas as histórias da índia» e «uma outra casa, a que se chama casa dos pombos, com um bufete de jaspe a meio». A quinta incluía uma vinha, casas de criados, lagares de azeite e vinho, estrebaria e cocheiras. Além dos primorosos azulejos que a ornamentam, é de assinalar que a propriedade tinha pirâmides e esferas armilares coroando os seus muros, nos quais, de espaço a espaço, se encontravam incrustados medalhões, tendo ao centro bustos de imperadores romanos e guerreiros célebres e cercaduras de folhagem, flores e frutos. 

    Conhece-se, ainda, através de observações feitas no último quartel do século passado, que a porta de saída do pátio, para o lado norte, era encimada pelo brasão dos Albuquerques e que sobre a porta de entrada do solar existiu um edículo com o busto de barro de Albuquerque filho. Joaquim Rasteiro afirmou que «quem atentamente observar o palácio e a Quinta da Bacalhoa e os vir minuciosamente encontrará nas edificações três idades e influencias das épocas. Duas casas com abobadas ogivais, restos do tempo de João Vicente ou do príncipe D. João, mestre de Santiago; palácio e cerca torreada de D. Brites; construção polychroma de Afonso de Albuquerque» A presença de fragmentos do século XV é fundamentada, segundo o mesmo autor, no facto de ter encontrado «duas casas cobertas com abobadas em ogiva e de arestas cujas nervuras nascem tão próximo do chão, a não restar duvida de que o pavimento correspondente deve achar-se muito soterrado e de que se levantou outro sobre ele para alcançar o novo nível. Esta afirmação de Joaquim Rasteiro foi muito contestada, em 1908, por Joaquim Vasconcellos, em A Arte e a Natureza em Portugal. «Em virtude do que foi escrito, ,o nosso primeiro empenho ao visitar cuidadosamente a Bacalhoa, foi sujeitar a rigoroso exame todos os pavimentos terreos das diferentes casas. Que ha construções soterradas, isso não sofre dúvida; mas ninguém pode adivinhar o que valerá a parte sepultada. Argumentamos com o que está à vista. Ninguém ganha, transformando uma edificação clara, harmónica, homogénea, numa manta de retalhos arquitectónicos e complicando um episódio claríssimo da historia da nossa arte com um dos problemas mais difíceis e obscuros, a intervenção de Andrea Sansovino na Renascença portuguesa, precisamente no momento critico em que a architectura passava das concepções puramente nacionais para a imitação dos novos modelos italianos, primeiro hesitando e sem guia clara.» Mais recentemente, Dagoberto Markl afirmou também ser «difícil, mesmo depois da minuciosa análise feita por Joaquim Rasteiro no final do século passado, distinguir claramente o que pertencerá a épocas anteriores e à intervenção ordenada por Albuquerque e o complexo de edificações hoje subsistente (que por seu turno se não afasta muito do descrito no tombo de 1631, como se viu atrás). Esta mansão quinhentista é considerada como o mais importante repositório da azulejaria primitiva em Portugal.

    LISTA DOS SENHORES DA BACALHOA

                (Linhagem dos Albuquerques)

                Esta listagem nominal e cronológica é apresentada na forma escrita da respectiva época.

     

      1º   –  Braz ou Affonso de Albuquerque, filho ;
      2º   –  D. João Affonso de Albuquerque ;
      3º   –  Jeronymo Telles Barreto ;
      4º   –  D. Maria de Mendonça e Albuquerque ;
      5º   –  D. Jorge Manuel de Albuquerque ;
      6º   –  D. Jeronymo Affonso de Albuquerque ;
      7º   –  D. Francisco Sebastião de Albuquerque ;
      8º   –  Luiz de Mendonça Furtado e Albuquerque ;
      9º   –  Nuno de Mendonça Furtado e Albuquerque ;
    10º    –  D. Maria Josepha de Mendonça e Albuquerque ;
    11º    –  Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque ;
    12º    –  João Guedes de Miranda e Albuquerque ;
    13º    –  Luiz Guedes de Miranda e Albuquerque ;
    14º    –  Manuel José Guedes de Miranda Henriques ;
    15º    –   D. Antonio José de Mello Homem ;
    16º    –   D. José Francisco da Costa e Sousa de Albuquerque ;
    17º    –   D. Luiz da Costa de Macedo e Sousa Albuquerque ;
    18º    –   D. João Affonso da Costa e Macedo de Sousa e Albuquerque ;
    19º    –   D. Luiz Antonio da Costa Macedo de Sousa e Albuquerque ;
    20º    –   D. Mariana da  Mota Macedo de Sousa e Albuquerque .

    A propriedade foi adquirida, nos anos 60, por Mrs. Orlena Scoville, que iniciou uma obra de salvamento e reconstituição da quinta, sem a qual esta propriedade não se encontraria nas condições actuais.

    Foi adquirida recentemente pelo Comendador Berardo/Bacalhoa Vinhos.

    (fonte:http://www.bacalhoa.eu/bacalhoa.htm)

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    Palácio de Belém

    Posted by mjfs em Agosto 31, 2007

    O Palácio Nacional de Belém, em Lisboa, fica situado na Praça Afonso de Albuquerque, sendo actualmente a residência oficial do Presidente da República Portuguesa.

     Palacio Belem Lisboa.JPG

    (Fonte: Wikipedia)

    O Palácio, localizado em Belém, outrora palácio de reis, é hoje sede da Presidência da República Portuguesa.
    Trata-se de um conjunto arquitectónico e paisagístico composto por um edifício central de cinco corpos com frente para o rio Tejo. A um primeiro palacete, para nascente do Pátio das Damas – o Anexo – segue-se, na viragem para a Calçada da Ajuda, outra construção – o Picadeiro Real, hoje Museu dos Coches. Para poente desenvolvem-se os conjuntos do Pátio dos Bichos, do pavilhão da Arrábida e do Jardim da Cascata.
    Na direcção do sul estende-se o Jardim Grande que termina num mirante cujo gradeamento prolongado para nascente e poente encontra dois pequenos pavilhões outrora designados “casas de recreação”.
    Uma bandeira de cor verde com o escudo nacional é hasteada no palácio indicando a presença do Presidente em Belém.Junto à rampa dos Pátios dos Bichos realiza-se, no 3.º Domingo de cada mês, às 11 horas, a Rendição Solene ou Render da Guarda, pela guarda de honra do Palácio Nacional de Belém.Actualmente encontram-se aqui as instalações do Museu da Presidência da República.

     

     

     

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