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Archive for the ‘Pousadas’ Category

Castelo de Palmela – Setúbal

Posted by mjfs em Setembro 16, 2009

 Castelo de Palmela - Foto Jorge Cascalho

O conhecimento que, na actualidade, possuímos a respeito do castelo de Palmela (graças a quase década e meia de intervenções arqueológicas) é muito diferente do que há alguns anos fazia história. Sede da Ordem de Santiago na Baixa Idade Média, e ponto fundamental na história militar do reino de Portugal, sabe-se, hoje, que a sua relevância no contexto regional é bem mais antiga, recuando ao período romano. A partir desse momento fundacional, testemunhado por espólio cerâmico, não mais parece ter havido interrupção de povoamento. No período visigótico, voltamos a encontrar elementos cerâmicos de transição (com paralelos em outros pontos da península) e dois capitéis que, apesar de resgatados em contextos islâmicos dos séculos IX-X, é de admitir que possam pertencer aos séculos de domínio visigótico ou, em alternativa, a comunidades moçárabes, facto que, a confirmar-se, viria trazer novos dados sobre a permanência cristã no local até cronologias muito tardias, eventualmente em ligação com o próprio poder emiral.

A época islâmica encontra-se, hoje, sobejamente documentada. Nas chamadas galerias (sector nascente), apesar das escassas dimensões das salas, foi possível confirmar “uma intensa continuidade ocupacional do sítio durante todo o período da presença islâmica”, reveladora de múltiplas remodelações num espaço habitacional ligado à muralha Norte do recinto. Os testemunhos mais antigos pertencem aos séculos VIII/IX, o que demonstra a importância do castelo logo na primeira fase de domínio islâmico na península.

Apesar do imenso espólio cerâmico resgatado, e de outros materiais provenientes de construções, a evolução do espaço fortificado é ainda motivo de debate. De acordo com as conclusões de Isabel Cristina Fernandes, que temos vindo a seguir, a primitiva estrutura militar islâmica situava-se na secção nascente do actual castelo, adaptando-se às condicionantes do terreno e desenvolvendo-se em planta rectangular ligeiramente em semi-círculo, tendo o acesso pelo lado ocidental. Numa segunda fase, que se pode considerar entre os séculos X e XII, o espaço fortificado ampliou-se extraordinariamente, passando a abranger o núcleo central e ocidental do actual castelo. Datará desse período a construção do poço-cisterna (posteriormente integrado na igreja de Santa Maria), e da porta em cotovelo do lado Norte, ainda hoje a entrada principal no recinto.

Em 1147, Palmela passou a ser controlada pelas forças cristãs. No entanto, até à conquista definitiva de Alcácer do Sal, já no século XIII, a região (e em particular o curso do rio Sado) esteve sujeita aos ataques islâmicos. Alguns estratos arqueológicos do século XII revelam níveis de destruição que “deverão corresponder ao (…) arrasamento do castelo por Ya’qub al-Mansur em 1191. Em 1186, o castelo havia sido doado à Ordem de Santiago, que terá sido o primeiro estabelecimento dos freires, antes de estabelecerem sede em Santos-o-Velho, na cidade de Lisboa.

Ao longo da Baixa Idade Média, o conjunto teve várias obras, entre as quais se contam a reconstrução / reformulação santiaguista (provavelmente na viragem para o século XIII), em que se incluirão algumas torres.

Posteriormente, provavelmente em época dionisina, ter-se-á construído a torre de menagem, vincadamente gótica e protegendo a entrada principal no reduto. No século XV, a instalação definitiva da Ordem em Palmela motivou grandes obras, em particular no sector ocidental, onde se construíram a Igreja de Santiago e o convento. Este último espaço, foi transformado, na década de 70 do século XX, em pousada e mais recentemente, ao abrigo do projecto de animação e dinamização do castelo de Palmela, iniciaram-se as escavações arqueológicas e transformaram-se alguns espaços em salas museológicas e áreas de serviço e de comércio.

 

Texto: PAF / IPPAR

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Fortaleza de Peniche – Leiria

Posted by mjfs em Março 28, 2009

Forte de Peniche - Foto Zelio 2

Durante praticamente toda a Idade Média, e até ao início do século XV, o espaço que viria a constituir a povoação Peniche foi uma ilha, situada na foz do rio São Domingos, sendo então o povoado de Atouguia o mais importante aglomerado urbano da região. No entanto, a partir da centúria de Quatrocentos, foi-se dando o progressivo assoreamento do canal existente entre Peniche e a Atouguia, constituindo-se em 1438, por ordem de D. Duarte, o porto de Peniche .

Com a evolução urbanística, populacional e económica do novo porto ao longo do século XV, a Coroa verificou que era necessário fortificar a povoação. Na realidade, foi somente com D. João III no poder que se iniciou o projecto de fazer um castelo, ou um baluarte, na península de Peniche.

Embora a Coroa tivesse manifestado interesse em edificar uma fortificação em Peniche ainda na primeira metade do século XVI, o projecto de construção de um baluarte só avançou em 1557, sob a responsabilidade de D. Luís de Ataíde, conde de Atouguia, que estaria terminado em 1558, como indica uma inscrição colocada sobre a porta do designado baluarte Redondo.

As obras seriam interrompidas com a partida de D. Luís de Ataíde para a Índia, onde desempenhou o cargo de vice-rei entre 1567 e 1572, e sabe-se que até à época da União Ibérica a obra da fortificação de Peniche não avançara muito para além da edificação de uma linha adjacente de muralhas. Em 1589 o arquitecto da Coroa Filippo Terzi deslocou-se a Peniche para dirigir a continuidade da construção da fortaleza, embora este projecto do arquitecto régio não tenha tido continuidade.

Na verdade, a fortaleza só viria a ser concluída em meados do século XVII, em pleno período de Restauração, quando a Coroa portuguesa levou a cabo uma profunda remodelação do sistema defensivo da costa.

Assim, cerca de 1642 iniciou-se uma obra de ampliação da fortificação, desconhecendo-se a autoria do projecto. Foi edificada uma grande fortaleza, de planta estrelada irregular, delimitada por uma cortina de muralhas com baluartes poligonais e uma segunda linha defensiva. Esta obra estaria concluída em 1645.

Segundo Mariano Calado, Langres terá também projectado a linha de muralhas, que consignava ainda a execução de duas comportas junto dos baluartes (Idem, ibidem). No entanto, Rafael Moreira afirma que a edificação desta linha terá sido iniciada cerca de 1665, sob a orientação de Simão Mateus e Mateus do Couto . Os baluartes da linha de fortificação só seriam concluídos na primeira metade do século XVIII.

No conjunto da fortaleza destaca-se ainda o antigo palácio do governador, destruído por um incêndio em 1837, que segundo as descrições da época teria uma fachada de gosto clássico erudito com dupla loggia, de acordo com os modelos explorados pelos tratados de arquitectura da época.

A fortaleza continuaria a desempenhar um papel fundamental na defesa da costa atlântica ao longo das centúrias, destacando-se a sua importância durante as Invasões Francesas e as Guerras Liberais. Entre 1934 e 1974 o Forte de Peniche foi transformado em prisão de presos políticos do Estado Novo. No ano de 1984 a Câmara Municipal de Peniche transformou o espaço da fortaleza em Museu Municipal.

 

Texto: C.O. / IPPAR

NOTICAS:

Fortaleza de Peniche vai ser transformada em pousada

Público, 25.09.2008, Ana Rute Silva

A Fortaleza de Peniche vai transformar-se numa Pousada de Portugal e deverá abrir portas até 2013. Com um investimento previsto de dez a 15 milhões de euros, a nova unidade deve, segundo António Correia, presidente da câmara, compatibilizar a função hoteleira com a “preservação da memória da prisão política”.

“Esta pousada será diferente. O que a diferencia é que será construída num local que é visitado por milhares de pessoas à procura da memória do que ali se passou”, disse o autarca à Lusa…

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Pousada de São Gonçalo em Amarante

Posted by mjfs em Março 28, 2008

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O edifício da Pousada do Marão encerra as duas vertentes que trespassaram a arquitectura portuguesa praticada durante a vigência do Estado Novo. Por um lado, este edifício integra em si a exaltação da ruralidade, quer pela localização, quer pela solução dos materiais e das técnicas empregues na sua construção: a opção pelo granito e pela telha que convivem com janelas guilhotinadas e arcos de volta perfeita. Por outro lado, a colaboração de Januário Godinho está já bem patente nesta obra, tendo em linha de conta a preocupação com as pré-existências, bem patentes na forma como o edifício de adapta à paisagem, de tal forma que o risco da sua concepção passa pela sua integração na malha traçada pela própria montanha. Assim se estabelendo a continuidade com uma tradição que se funda na revalorização da relação entre construção e natureza.

(Fonte: IPPAR)

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