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Património de Portugal

Archive for the ‘Torres’ Category

Torre de São Sebastião ou Palácio do Conde de Castro Guimarães – Cascais – Lisboa

Posted by mjfs em Setembro 28, 2009

 Torre de São Sebastião - Palácio dos Condes Castro Guimarães

Implantado junto à entrada para a Boca do Inferno, o Palácio do Conde de Castro Guimarães, como ficou conhecido, é uma arquitectura fortemente cenográfica e pictórica, que encontra, na perfeita integração com o meio envolvente e com os equipamentos já aí existentes, como a ponte rústica, um dos seus maiores trunfos. Por outro lado, e no contexto do século XIX, em que a história é integrada na arquitectura como memória colectiva , este palacete de veraneio constitui um exemplo de eclectismo, ao mesmo tempo unificador de várias linguagens arquitectónicas, que lhe conferem um enorme sentido de monumentalidade.

Seguindo a descrição de Branca Colaço e Maria Archer, o autor do projecto “deu-lhe a graça medieval das janelas geminadas, as cúpulas das igrejas orientais, os mirantes dos serralhos moiriscos, os coruchéus das catedrais góticas, os alpendres dos solares minhotos, as torres das fortificações bárbaras, os varandins dos palácios italianos, as arcarias do estilo manuelino, mil enfeites, mil contornos diversos”. A mesma ideia está presente nos estudos recentes de Regina Anacleto, nas palavras de quem este edifício “patenteia uma amálgama de tendências e de materiais que se estendem desde o castelo senhorial a reminiscências mouriscas, manuelinas e renascentistas, bem como da pedra ao reboco de argamassa, passando pelo revestimento cerâmico”.

A edificação do palácio deve-se à iniciativa de Jorge O’Neill, irlandês ligado aos negócios do tabaco e às finanças que, em 1892, requereu o aforamento destes terrenos à Câmara de Cascais. Tomando o exemplo de D. Luís, os nobres e personalidades influentes elegeram esta orla da linha como destino privilegiado de férias, implantado aqui as suas habitações de veraneio.

Crê-se que o modelo da casa que O’Neill veio a construir seja devido ao cenógrafo Luigi Manini, que o irlandês teria encontrado a pintar, neste local, inserindo na paisagem um palacete revivalista, tão ao gosto de outros projectos da sua autoria, como o Palace Hotel do Buçaco. Foi, no entanto, o pintor Francisco Vilaça quem concebeu o desenho do palácio, cerca de 1900, imprimindo-lhe um carácter cenográfico, devedor de Manini e de si próprio, que concentra nas fachadas-cenário todo o esforço decorativo.

Apresenta planta irregular, constituída por um corpo longitudinal onde se inclui o claustro, um outro também de planta rectangular, e a torre de São Sebastião, esta última de aparência românica. Os volumes são, igualmente, irregulares e de formas muito diversas, com fachadas abertas por vãos de características muito diferenciadas. Merecem especial destaque os jardins, com equipamentos diversos e um lago com uma parede de azulejos provenientes, muito possivelmente e como a iconografia indica, de uma igreja de religiosos teatinos. Na verdade, os azulejos que encontramos no exterior e no interior revelam, também eles, o gosto pelo antigo, tendo sido aqui utilizados painéis cerâmicos de origens diversas, quer do século XVII, quer do século XVIII.

Jorge O’Neill imprimiu ao palácio um cunho muito pessoal, bem visível nos elementos de origem irlandesa, como os trevos presentes nos ferros forjados, e nas pinturas de algumas salas.

Em 1910, O’Neill encontrava-se numa situação financeira difícil, que o levou a vender o palácio ao Conde de Castro Guimarães, um importante banqueiro que beneficiava de privilegiadas ligações internacionais. Este, sem descendentes, optou, no seu testamento, por deixar o edifício à vila de Cascais, com a condição do município fazer dele um museu e um jardim público. Assim veio a acontecer em 1927, aquando da sua morte, abrindo o museu ao púbico apenas três anos mais tarde, em 1930. Conservando as características de Casa-Museu, a sua colecção é constituída, essencialmente, por mobiliário, azulejaria, porcelana, pintura e arqueologia, dispondo, ainda, de uma biblioteca.

 

Fonte: (RC) / IPPAR

Outras Ligações:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Palácio dos Condes de Castro Guimarães (Pesquisa de Património – IPPAR)
  • Torre de São Sebastião (pt.wikipédia)
  • Palácio dos Condes de Castro Guimarães (Guia da Cidade)
  • Museu dos Condes de Castro Guimarães (cm-cascais)
  • Palácio dos Condes de Castro Guimarães (IPPAR-FOTOS) 

     

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    Forte de S. Lourenço do Bugio- Oeiras – Lisboa

    Posted by mjfs em Abril 21, 2009

     Forte de São Lourenço do Bugio

    Antecedentes:

    A ideia de uma fortificação para a barra do rio Tejo, com a função de protecção do acesso marítimo à cidade de Lisboa, foi primeiramente apresentada no reinado de D. Sebastião (1568-78) pelo arquitecto Francisco de Holanda, na obra Da fábrica que falece a cidade de Lisboa (Lisboa, 1571), indicando para essa finalidade o areal da Cabeça Seca. O soberano acatou essa sugestão, encarregando, em 1578, D. Manuel de Almada de erguer essa estrutura, com a função estratégica de cruzar fogos com a primitiva Torre de São Gião. Diante da crise sucessória que se instalou com a morte do soberano na batalha de Alcácer-Quibir e diante da possibilidade de uma invasão de Portugal pelas tropas de D. Filipe II de Espanha, optou-se por uma estrutura de campanha de pequenas dimensões, erguida sobre grossa estacaria de madeira, que entulhada com pedras, serviu de alicerce para uma plataforma com algumas peças de artilharia. Rendida pela armada espanhola em 1580, foi posteriormente desarmada. A fragilidade do material, entretanto, aliada à instabilidade do banco de areia e à ação das correntes e das marés, em pouco tempo comprometeu irremediavelmente esta estrutura.

    O início das obras: Giovanni Casale

    À época da Dinastia Filipina, o rei D. Filipe I (1580-98) determinou ao engenheiro militar e arquitecto italiano frei Giovanni Vicenzo Casale um estudo para melhorar o sistema defensivo da barra de Lisboa (1586), então sob ameaça de corsários ingleses e holandeses. Alguns historiadores atribuem ao Engenheiro-mór de Espanha, o sienense Tibúrcio Spanochi, neste período, o projecto para uma fortificação definitiva na Cabeça Seca. Em Janeiro de 1590 Casale apresentou ao soberano os projetos da fortificação, com duas planimetrias distintas: uma estrelada (atendendo a uma sugestão de André de Prade, na Corte de Madrid) e outra circular. A opção foi por esta última, mais sólida diante da dinâmica das águas e que permitia um melhor posicionamento da artilharia. Nesse mesmo ano expediu-se ordem para se proceder ao desenho das barcas e machinas necessárias para o transporte e lançamento das pedras que serviriam de fundamentos debaixo de água, tarefa concluída em 1593, como reportado por Casale ao soberano.

    Mediante o falecimento de Casale em Lisboa, em fins de 1594, foram nomeados para dirigir as obras dois discípulos seus, Tibúrcio Spannochi e Anton Coll, sob a justificativa de que ambos eram conhecedores do modo de fabricar y manejar los instrumentos e para que a traça començada não fosse alterada. Para a preparação dos blocos de pedra utilizada na fundação e nas muralhas, foi erguido um canteiro de obras em terra, próximo a São Julião da Barra (também em obras à época), que ficou conhecido como Feitoria das Obras da Cabeça Seca ou simplesmente Feitoria d’El-Rei, conforme referência de João Vaz, Juiz Ordinário e dos Orfãos do reguengo de A-Par-de-Oeiras (1596). A mesma fonte dá conta de que a cantaria pronta era transportada para as obras do forte por trinta mestres de barcas (ver Bateria da Feitoria).

    O desenvolvimento das obras: Leonardo Torrianni

    A partir de 1598 a direção da obra foi assumida pelo engenheiro militar e arquitecto cremonense Leonardo Torriani, nomeado Engenheiro-Mór do Reino, e como encarregado dela, Gaspar Rodrigues. A partir de então o projecto entrou numa nova fase, dadas as alterações que Torriani lhe introduziu, ampliando-a. Entre os problemas vivenciados à época, cita-se uma dúvida sobre o fundo da barra: provavelmente devido a problemas com o transporte das pedras, nos anos de 1607 e de 1608 sucederam-se várias sondagens daquele fundo, por profissionais e práticos, que atestaram que ela permanecia boa e capaz para a entrada das naus da Índia.

    A conclusão das obras: João Torriani

    Quando da Restauração da Independência, ainda em obras mas já guarnecida e artilhada, o seu Governador espanhol, João Carrilho Rótulo, rendeu-se às forças do Duque de Bragança (2 de dezembro de 1640). Assumindo o trono como D. João IV (1640-56), por Decreto Real este soberano determinou que as obras fossem concluídas e que um engenheiro português assumisse os trabalhos (1643), conforme placa epigráfica de bronze primitivamente sobre o portão do forte (hoje no pólo museológico da Direcção de Faróis, em Paço de Arcos) que reza:

    O muito alto e muito poderoso rei de Portugal D. João IV, de gloriosa memória, mandou fazer esta fortaleza à ordem do conde de Cantanhede, D. António Luís de Menezes, dos seus Conselhos de Estado e [de] Guerra, Veador da Fazenda e Governador das Armas [da Praça] de Cascais, que [a] começou no ano de 1643.

    Iniciou-se assim uma nova etapa construtiva, sob a superintendência do conde de Cantanhede (1596-1675), tendo como encarregado o frei João Torriani, coadjuvado por Mateus do Couto, até serem dadas como concluídas em 1657.

    No final do século XVII, um Decreto estipulou que esta fortificação passaria a ter comando separado do Forte de São Julião da Barra, ao qual se subordinava (1675).

    Forte de São Lourenço do Bugio

    O Farol do Bugio:

    Em planta datada de 1693 já se encontra figurada uma torre encimada por um farol, estrutura que, à semelhança de uma vela acesa (em francês bougie), teria rendido o nome de bugio à estrutura. O relatório de inspecção efetuada em 1751 ao farol, mostra que o mesmo operava com azeite, no período de Outubro a Março, e que se encontrava em razoáveis condições. Esta estrutura, destruída pelo terramoto de 1755, foi reedificada como um dos seis faróis erguidos na costa portuguesa para auxílio à navegação, conforme determinação de um Alvará do Marquês de Pombal datado de 1758. O novo farol entrou em funcionamento em 1775.

    Do século XIX ao XXI:

    Quando da eclosão da Guerra Peninsular, foi ocupada pelas tropas napoleônicas (1807) e, posteriormente, durante as Guerras Liberais, foi alvo do fogo da artilharia da esquadra francesa que, sob o comando do almirante Roussin, forçou a barra do Tejo (1831). Datam desta fase alguns projectos de alterações que não chegaram a ser implementados. Ao final do século XIX foi classificada como Praça de Guerra de 2ª Classe, ocasião em que se encontrava artilhada com 18 peças de bronze e 2 obuses (1880).

    Ao alvorecer do século XX, entre 1902 e 1903 o capitão de engenheiros Augusto Vieira da Silva, procedeu-lhe reformas na cisterna e iniciou a construção de estruturas para acesso de carga que não chegaram a ser concluídas. Encontrava-se guarnecida por artilheiros ainda em 1911. Nas décadas de 1930 e de 1940 foram procedidos trabalhos de dragagem no seu entorno. Ao término da II Guerra Mundial, sem valor defensivo, foi entregue pelo Ministério da Guerra à Direcção dos Serviços de Faróis do Ministério da Marinha (1945), quando se iniciaria uma nova etapa de sua história, marcada pela sua declaração como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 41.191 de 18 de Julho de 1957.

    Severamente danificado pelo tempo e pela erosão das àguas, a partir da década de 1950 sofreu diversas intervenções de consolidação, reparos e conservação sob a responsabilidade da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) e da DSCC (1952, 1954, 1958-63, 1980 e 1982), da APL (1969) e recentemente da DGEMN outra vez (1993, 1995, 1996-2000).

    Actualmente é utilizada como farol de apoio à navegação.

    Características:

    A estrutura, considerada modelo de fortificação renascentista, apresenta planta no formato circular perfeito, em alvenaria de pedra, formato escolhido por Casale que considerou que este permitia uma melhor direção do fogo da artilharia, ao mesmo tempo em que lhe conferia uma maior solidez para resistir à erosão provocada pelas correntes do rio e força das marés. É composta por:

    muralha externa com alambor (base circular, com 62 metros de diâmetro por 6 metros de altura), rasgada por porta em arco de asa de cesto;

    muralha interna (formato circular, com 33 metros de diâmetro por 7 metros de altura), na qual se inscrevem internamente as dependências de serviço (21 compartimentos). O seu terrapleno é lajeado, com baterias;

    torre central (formato circular, com 3 metros de diâmetro por 16 metros de altura), com porta em arco de asa de cesto. No topo da torre se encontra instalado o moderno farol.

    As dependências de serviço são constituídas pela Casa de Comando, quartéis, paiol, depósitos, cisterna e Capela. Nesta última, destaca-se um retábulo-mor em estilo maneirista com embrechados de mármore, tendo as paredes e o tecto forrados em madeira pintada.

    Curiosidades:

    O Forte do Bugio, inspirado no Castel Sant’Angelo em Roma, na Itália, por sua vez serviu de modelo para o Forte de São Marcelo em sítio semelhante, na cidade do Salvador na Bahia de Todos os Santos, Brasil, cuja traça se deve ao Engenheiro-mor Francisco de Frias da Mesquita (desde 1603), em 1622.

    Fonte: pt.wikipedia

     

     Forte de São Lourenço do Bugio

    Outras Ligações:

  • Torre de São Lourenço (IPA / DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Torre de São Lourenço (Pesquisa de Património / IPPAR)
  • Torre de São Lourenço – pt.wikipedia
  • Torre de São Lourenço – Guia da Cidade
  • Torre de São Lourenço – skyscrapercity.com

     

     

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    Torre das Cabaças ou Torre do Relógio ou O Cabaceiro – Santarém

    Posted by mjfs em Março 30, 2009

     Torre das Cabaças

    Da primitiva torre pertencente ao conjunto defensivo de Alpram, chegou até aos nossos dias apenas a antiga torre do relógio do senado da Câmara, ou seja, a Torre das Cabaças ou do Relógio.

    Construída em propriedade real e doada ao Concelho e situada junto a S. João de Alporão, esta estrutura é coroada por uma armação de barras de ferro para apoio das vasilhas de barro (cabaças) que lhe dão o nome, e que a memória popular considera significarem as "cabeças ocas" dos vereadores que decidiram erguer tão pouco apelativo maciço fortificado. Contudo, a sua aparente fealdade decorrerá, sobretudo, das sucessivas alterações a que foram sujeitas as muralhas e corpos adjacentes localizados na sua base, concedendo, no seu conjunto, uma determinada visão de desequilíbrio volumétrico.

    Apesar de alguma tradição historiográfica apontar o reinado de D. Manuel I para a sua primitiva fábrica, acredita-se que a relação constatada entre os vestígios de muralhas situados a norte e o facto de apresentar sinais de aparelhos diferentes acima da construção inicial serão indicadores da sua construção anterior. Tal facto não invalida, no entanto, que a Torre tenha sido sujeita a obras durante os reinados de D. Manuel ou de D. João III, sendo certo que as teve na época de Filipe II de Portugal (1604). 

    Basicamente, trata-se de uma Torre de Relógio quinhentista, de secção quadrangular, no cimo da qual, junto às oito ventanas – donde saem as goteiras ou gárgulas de tipo canhão -, encontrava-se outrora um relógio solar circular, datado de 1596. Para além disso, encontra-se rematada por uma estrutura metálica com oito púcaros de barro em forma de cabaça e que servem de caixa de ressonância ao sino do relógio. Entretanto, as inovações introduzidas pelo isocronismo do pêndulo só foram aplicadas durante os sécs. XVIII e XIX.

    A importância assumida pela sua funcionalidade junto da população local alcançou o seu apogeu quando, em 1896, uma Comissão Técnica nomeada pela Câmara propôs a sua demolição, o que originou uma vasta onda de indignação popular a favor da sua preservação. Opinião pública esta, que acabaria por conduzir à classificação deste imóvel como "Monumento Nacional" em 1928. 

    Desde as intervenções de conservação e restauro conduzidas pela DGEMN, entre os anos 30 e 50, que a Torre foi preparada para albergar um núcleo museológico – do Tempo. Este novo espaço contempla, simultaneamente, a sua conservação e refuncionalização.

    Texto: [AMartins] – IPPAR

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    Torre dos Metelos – Figueira Castelo Rodrigo – Guarda

    Posted by mjfs em Março 16, 2009

     Torre Solar dos Metelos

    O conjunto habitacional designado por Torre dos Metelos é constituído por duas áreas distintas, uma correspondente ao torreão medieval, outra ao solar seiscentista. Edificada no século XV pelos Metelo, Senhores do Morgado de Valongo, a torre de planta quadrada obedece à estrutura das torres de menagem medievais, não tendo no entanto qualquer carácter defensivo, uma vez que nesta época as torres eram erigidas como meros símbolos senhoriais. Conservando uma estrutura defensiva, de paredes fechadas, a Torre dos Metelos foi edificada como habitação senhorial, destacando-se no seu conjunto as janelas de balcão do registo superior, um elemento introduzido nas casas-torre no século XV que marca a evolução destas edificações como elementos de arquitectura civil.

    Nas centúrias seguintes, a estrutura da Torre dos Metelos foi-se revelando insuficiente para servir de habitação a uma família senhorial certamente numerosa, sendo edificado no século XVII, no espaço contíguo, um solar.

    A torre, de secção quadrangular, é rematada por pináculos coroados por esferas, que foram acrescentados durante a construção do solar. As fachadas da torre estão divididas em três registos, possuindo no primeiro portais de moldura rectangular encimados por arco de volta perfeita cego. O segundo registo não tem qualquer elemento decorativo, à excepção da fachada sul, que possui porta de moldura rectangular, utilizada até ao início do século XX como ligação ao passadiço construído entre a torre e o solar. No último registo foram edificados balcões com mata-cães, assentes em mísulas trilobadas. Interiormente, os pisos são diferenciados por estrutura de madeira.

    No século XVII foi edificado o solar, adossado à estrutura da torre. De planta irregular, em L, o Solar dos Metelos apresenta uma estrutura pouco homogénea, uma vez que o conjunto residencial foi resultado de sucessivas campanhas de obras, que lhe conferiram irregularidade planimétrica. Desenvolvendo-se horizontalmente, a fachada é marcada pela repetição de janelas a espaços regulares. O edifício está dividido em dois registos, sendo o piso inferior destinado a armazém e o superior a habitação. Na fachada principal, no primeiro registo, foram abertas cinco portas de moldura rectangular e três janelas de peito, de moldura semelhante. No segundo registo, ao centro, foi colocada pedra de armas, datada de 1818, e janela de sacada com varandim e guarda de ferro. A cada um dos lados desta está um conjunto de quatro janelas de peito, todas de moldura quadrangular. Do lado direito da fachada foi construído um muro alto com portão em arco abatido encimado por arquitrave e mísula, no qual foram inscritas as letras TMNL , numa referência a um dos proprietários do solar, Tomaz Metello de Nápoles e Lemos, Visconde de Nápoles e Lemos.

    Cerca de 1930 o Solar dos Metelos foi vendido, e a capela que existia no seu interior, dedicada a Nossa Senhora da Esperança, foi anulada. Posteriormente, foram executadas diversas campanhas de obras, durante as quais foi remodelado o interior do edifício e construídos diversos anexos, enquanto o passadiço que ligava o solar à torre foi demolido.

    Texto: Catarina Oliveira / IPPAR

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    Torre do Relógio ou Torre Amedada – Aguiar da Beira

    Posted by mjfs em Março 15, 2009

     

    Torre do Relógio - Aguiar da Beira - Foto LEME

    A torre românica fazia provavelmente parte do sistema defensivo reconstruído no reinado de D. Dinis, considerada monumento nacional em 4 de Agosto de 1922, a Torre do Relógio, (o seu relógio é uma relíquia e foi restaurado em 1777), é uma obra que se pensa ter sido edificada pelos mouros para acender almenaras, com as quais davam sinal da presença de inimigos nas cercanias, torre quatrocentista, quadradangular e  encimada por ameias com as suas gárgulas de canhão.

    Pelourinho Manuelino (séc. XVI), a antiga Torre do Relógio, e a Fonte Ameada, sendo estas três estruturas um dos principais ex-libris da vila, e beneficiando cada uma delas de protecção legal, enquanto imóveis de interesse público. Também neste largo se encontram a Casa dos Magistrados (séc. XV) e o edifício dos antigos Paços do Concelho (séc. XVIII).

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    Castelo da Mêda

    Posted by mjfs em Fevereiro 8, 2009

     castelo de meda

    O Castelo da Mêda localiza-se na cidade, Freguesia e Concelho de mesmo nome, Distrito da Guarda, em Portugal.

    Ergue-se no alto de um monte granítico, dominando a cidade. Mêda inscreve-se no Parque Arqueológico do Vale do Côa e na Região de Turismo do Douro Sul.

    História

    Antecedentes

    A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta a um castro pré-histórico.

    O castelo medieval

    Não foram localizadas informações acerca deste castelo medieval, nem sobre a sua classificação pelo poder público português. O conjunto encontra-se em bom estado de conservação, no centro histórico da cidade.

    Mêda recebeu foral de D. Manuel I (1495-1521) em 1 de Junho de 1519.

    No início do século XXI, a vila foi elevada a cidade (9 de Dezembro de 2004).

    Características

    O castelo apresenta planta no formato quadrangular, em alvenaria de granito, abundante na região. A muralha envolve a praça de armas, onde se ergue, ao centro, a Torre de Menagem, de planta também quadrangular, encimada por ameias. Na muralha rasga-se o portão, em arco de volta perfeita.

    O conjunto engloba, no total, uma área aproximada de 2.115 hectares

    Fonte: Pt.Wikipédia

     

    castelo de meda1

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    Torre de Anto ou Torre do Prior do Ameal – Coimbra

    Posted by mjfs em Janeiro 31, 2009

    Coimbra - Foto Nanabou - 2007 - 3 

    Localizada em plena colina genética da cidade de Coimbra, e originalmente integrada na muralha medieval da localidade, a Torre de Anto é, hoje, uma marca do passado militar da urbe, mas também das múltiplas transformações por que o casco antigo passou ao longo dos séculos.

    Na origem, esta torre quadrangular, de telhado de quatro águas, adossava-se ao adarve que circundava toda a muralha e estava ligada, provavelmente, a uma barbacã que aqui terá existido no projecto militar medieval da cidade. Na primeira metade do século XVI, seguindo um processo de privatização das antigas zonas de valor defensivo junto às muralhas, a torre foi adaptada a residência, datando, dessa época, as profundas alterações que imprimiram ao edifício o seu aspecto actual.

    Estruturalmente, o adarve foi integrado na construção, acrescentando-se, ainda, um piso acima das ameias que rematavam as muralhas. Artisticamente, remodelaram-se e rasgaram-se novas janelas, conferindo aos alçados o ritmo que, genericamente, hoje conservam. Esta adaptação a residência pautou-se, ao que tudo indica, por uma relativa economia de meios, sendo dessa situação testemunho a escassa ornamentação das cantarias e, mesmo, a disposição aparentemente anárquica dos vãos. A porta principal, de arco quebrado, “com ombreiras lisas meramente chanfradas”, atesta igualmente a simplicidade decorativa desta campanha remodeladora, cujo objectivo foi o de dotar uma antiga estrutura militar a uma ampla função residencial. Daí a expansão do edifício em altura, passando a contar com quatro pisos, e a necessidade de se iluminar convenientemente o interior.

    Nos séculos seguintes a torre foi ainda objecto de reformas pontuais, como se depreende pela moldura quadrangular da janela do último piso. Nos finais do século XIX aqui viveu o poeta António Nobre, que baptizou esta Torre com o seu actual nome, em substituição da anterior designação de Torre do Prior de Ameal. A ligação de Nobre a este edifício é a principal referência de memória do monumento, razão pela qual o Museu da Cidade de Coimbra decidiu aqui instalar o seu pólo museológico dedicado à “Memória da Escrita”, depois de, na década de 80, ter servido de sede à Casa do Artesanato.

    Texto: PAF / IPPAR

    OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Pt.Wkipedia
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    Castelo de Coimbra (Muralhas)

    Posted by mjfs em Janeiro 19, 2009

     Coimbra - Foto Nanabou - 2007 - 1

     

    A cidade de características urbanas mediterrânicas mais a Norte de Portugal, como se lhe referiu Cláudio Torres ,foi cintada, na época medieval, por uma poderosa muralha de que se conservam ainda alguns vestígios importantes. O perímetro amuralhado, parcialmente reconstituído por alguns autores, é considerável, desenvolvendo-se desde a margem do Mondego, onde uma grande torre – Torre de Belcouce – defendia a parte mais baixa do recinto. A cerca desenvolvia-se em planta oval, passando pela actual Rua Ferreira Borges, onde se conserva ainda o grandioso arco de Almedina, e subia até ao actual Museu Machado de Castro, a partir do qual se iniciava a alcáçova, genericamente conotada com o Largo de D. Dinis.

    Infelizmente, as fases de destruição por que passou o centro histórico da cidade não permitem, hoje em dia, reconhecer a totalidade do alinhamento amuralhado. O castelo, de que subsistiram plantas de época pombalina referenciando a torre de menagem românica, foi quase totalmente destruído em 1772, altura de um projectado, mas não realizado, observatório. Posteriormente, a edificação estado-novista na alta da cidade determinou a destruição de inúmeros vestígios da estrutura militar antiga.

    A par de alguns troços de muralha inseridos na malha urbana e em edificações posteriores, conservam-se algumas torres e portas que constituem, ainda, uma referência obrigatória na paisagem urbana de Coimbra.

    A mais importante é a Porta da Almedina, localizada na Rua Ferreira Borges e originalmente defronte do leito do Mondego. Compõe-se de um grande arco, incialmente em ferradura, mas cujos saiméis laterais foram desbastados ao longo dos séculos conferindo-lhe a actual feição de volta perfeita, protegido por uma não menos grandiosa torre. Como entrada natural e privilegiada na cidade, esta porta foi objecto de algumas modificações e actualizações, especialmente na época moderna. No reinado de D. Manuel ou, mais propriamente, no de D. João III, a torre foi adaptada a Casa da Câmara. Data dessa altura a campanha artística renascentista levada a cabo por João de Ruão, escultor a quem se deve o baixo relevo da Virgem com o Menino que sobrepuja o interior do arco-túnel, e a janela quadrangular decorada que o ladeia. Já em finais do século XIX, a torre teve várias funções, como a de Escola Livre das Artes do Desenho, dirigida por António Augusto Gonçalves, até que aqui se estabeleceu o Arquivo Histórico Municipal.

    Outro elemento importante que ainda subsiste do perímetro amuralhado medieval é a pequena porta junto ao Museu Nacional de Machado de Castro, composta por um arco de ferradura inserido num alfiz e sobrepujado por ameias, facto que revela o cuidado na execução desta parte da muralha e até a elegância das suas realizações. A torre de Anto, cuja classificação foi efectuada autonomamente, constitui um vestígio mais do que foi a muralha da cidade de Coimbra.

    O contributo da Arqueologia no centro histórico de Coimbra será decisivo para o reconhecimento das estruturas militares medievais da cidade. Escavações actualmente em curso no pátio da Universidade têm revelado algumas estruturas de extremo interesse, relacionadas com o Paço – de origem islâmica e sucessivamente transformado pelos nossos monarcas ao longo dos séculos – que a muralha envolvia. O alargamento das áreas intervencionadas arqueologicamente com certeza trará novos dados para um dos problemas que os autores que se têm dedicado à história da cidade mais se debatem: a definição do(s) traçado(s) da muralha durante a Idade Média, desde a sua possível construção – em época romana ou islâmica – até às transformações da Baixa Idade Média.

    Texto: PAF / IPPAR

    Coimbra - Foto Nanabou - 2007 - 2

    Coimbra - Foto Nanabou - 2007 - 3

    OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Cerca de Coimbra designadamente o Arco de Almedina (Pesquisa de Património / IPPAR)
  • Castelo de Coimbra (pt.wikipedia)
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    Torre ou Castelo de Vilharigues – Viseu

    Posted by mjfs em Dezembro 29, 2008

    Torre de Vilharigues - Viseu - Foto Pedro Mendes - 16-05-08

    A torre, ou castelo, de Vilharigues foi edificada nos finais do século XIII, estando possivelmente inserida no sistema defensivo das terras de Lafões, estruturado desde o século XI, que incluía várias torres senhoriais e atalaias dispersas pela região.

    Os elementos estruturais que a constituem, como a presença de matacães, foram introduzidos na arquitectura militar portuguesa durante o reinado de D. Afonso III, e no reinado seguinte a arquitectura senhorial assimilou-os como signos de prestígio e poder.

    De planta quadrangular, erigida sobre um podium , a torre encontra-se em avançado estado de ruína, subsistindo muito pouco da estrutura original.

    Reconstituem-se duas das fachadas, uma com janela de mainel e parte de um balcão de sacada assente sobre quatro cachorros, outra com balcão ao qual se acede por porta rectangular.

    O interior estaria dividido em três andares, sendo ainda visíveis os suportes murários dos pavimentos. 

    Texto: C.O. / IPPAR

    OUTROS LINKS:

  • Inventário do Património Arquitectónico (DGEMN)
  • Instituto Português de Arqueologia
  • Pt.Wikipedia
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    Castelo e Fortaleza de Penamacor

    Posted by mjfs em Dezembro 28, 2008

     Castelo de Penamacor - Foto Vitor Oliveira

    As origens do castelo de Penamacor recuam ao reinado de D. Sancho I, concretamente ao ano de 1189, data em que o monarca doou a vila ao Mestre da Ordem do Templo, D. Gualdim Pais. Tem-se atribuído a este momento (ou a uma data um pouco posterior) o início da construção do recinto fortificado mas é de supor que, à semelhança do que aconteceu com outras doações aos Templários, também Penamacor tivesse já alguma relevância militar, alicerçada numa possível pré-existência. As recentes escavações no Cimo da Vila ainda não confirmaram essa fase imediatamente anterior, mas ela deve permanecer como hipótese de trabalho a ter em conta em próximas intervenções.

    Do antigo castelo medieval é muito pouco o que resta e esses vestígios atestam uma cronologia já avançada, em plena Baixa Idade Média. Sabe-se que no reinado de D. Dinis foram empreendidas obras de amuralhamento, entre as quais se conta a torre de menagem e alguns panos de muralha. No momento actual, todavia, é a esse período que se atribui a obra genérica do castelo medieval, com algumas fases construtivas imediatamente posteriores, como a barbacã e outros elementos, datáveis já dos reinados de D. Fernando e de D. João I.

    O principal elemento remanescente é a majestosa torre de menagem, erradamente designada “de vigia” por LANDEIRO, 2ªed., 1982, p.27 e sistematicamente assim caracterizada pelos autores que se seguiram. É uma estrutura de planta quadrangular regular, com entrada elevada acima do solo que requeria o uso de uma escada amovível. Escassamente fenestrada, era coroada uniformemente por balcão de matacães assente em cachorrada, “uma solução militar relativamente rara em Portugal” e que deve corresponder a uma intervenção realizada pelos inícios do século XVI, uma vez que Duarte d’Armas, por essa mesma altura, refere que a a torre de menagem nom era acabada ao tempo que eu aly estaua (SILVÉRIO, BARROS e TEIXEIRA, 2004).

    O aglomerado urbano medieval é ainda perceptível, ao longo da Rua de São Pedro. As parcelas habitacionais aí existentes revelam um perímetro genérico de tendência oval, próprio das vilas muralhadas góticas. Sensivelmente ao centro desta artéria, desenvolve-se uma outra, de perfil transversal àquela, e que coloca em comunicação com o centro histórico a antiga entrada da alcáçova.

    Nos inícios do século XVI, Duarte d’Armas desenhou um castelo de complexo sistema defensivo, com uma alcáçova perfeitamente perceptível, dotada de barbacã e uma possível liça, e um perímetro amuralhado de tendência oval, defendido por torre no extremo oposto ao da alcáçova.

    Nos séculos seguintes, o castelo foi alvo de profundas reformas. Logo em 1568 edificou-se a Casa da Câmara sobre a porta Norte da vila, como ainda se encontra, uma espécie de torre de três pisos, cujo andar térreo é ocupado pela entrada no recinto, fazendo com que a Câmara controlasse directamente quem entrava e saía da povoação. Décadas depois, as muralhas foram reforçada e parcialmente reconstruídas, no âmbito das Guerras de Restauração. Nessa ocasião, sob o comando do Marquês de Castelo Melhor, construíram-se seis baluartes em redor da anterior fortificação medieval, e outros melhoramentos foram realizados.

    O processo de destruição e desmantelamento do castelo iniciou-se no século XIX. Na centúria anterior, existem ainda notícias de manutenção das guarnições militares, mas a sua extinção, em 1834, precipitou a destruição de todo o sistema militar. A partir dessa altura, o conjunto serviu de pedreira a diversas construções privadas. Em 1867, destruiu-se a porta de Santo António, tendo o município adquirido a pedra daí resultante; em 1874, Baltasar Pereira da Silva pediu autorização para se desmantelar um baluarte, tendo a câmara concedido 30 carros para transporte. O processo continuou na primeira metade do século XX, mas cedo os habitantes da vila reconheceram a importância desse património, com a instalação do Museu Municipal nos antigos Paços do concelho logo em 1943.

    Texto: PAF / IPPAR

    OUTROS LINKS:

  • Castelo de Penamacor (Pesquisa de Património / IPPAR)
  • Castelo de Penamacor (Pesquisa de património na DGEMN)
  • Castelo de Penamacor (pt.wikipedia)
  • Castelo de Penamacor (pt.wikimedia)
  • Castelo de Penamacor (Guia da Cidade)
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