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Património de Portugal

Convento do Carmo – Lisboa

Posted by mjfs em Outubro 12, 2007

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O Convento da Ordem do Carmo de Lisboa ergue-se numa posição privilegiada, sobranceira ao Rossio (Praça de D. Pedro IV), e próxima ao morro do Castelo de São Jorge. A igreja do convento, que já foi a principal igreja gótica de Lisboa, ficou em ruínas devido ao Terramoto de 1755 e é uma das principais marcas deixadas pelo terremoto ainda visíveis na cidade. Actualmente as ruínas são sede do Museu Arqueológico do Carmo.


História

O Convento do Carmo foi fundado por D. Nuno Álvares Pereira em 1389. D. Nuno foi Condestável de Portugal durante o reinado de D. João I, havendo comandado os portugueses na Batalha de Aljubarrota (1385), em que Portugal garantiu sua independência de Castela. O convento foi inicialmente ocupado por frades carmelitas de Moura, chamados por D. Nuno para ingressar ao convento em 1392. Em 1404, D. Nuno doou seus bens ao convento e, em 1423, ele mesmo entrou no convento como religioso.

No dia 01 de novembro de 1755, o grande terremoto destruiu boa parte da igreja e do convento, que nunca chegou a ser reconstruído de todo. O convento eventualmente passou a ser uma dependência militar e, durante a Revolução dos Cravos, foi no quartel do Carmo que o Presidente do Conselho do Estado Novo, Marcelo Caetano, se refugiou dos militares revoltosos.

O convento e a igreja foram construídos aproximadamente entre 1389 e 1423 em estilo gótico mendicante, com certa influência do estaleiro do Mosteiro da Batalha, que havia sido fundado por D. João I e estava em construção na mesma época. A fachada da igreja do convento tem um portal de várias arquivoltas lisas com capitéis decorados. A rosácea que encima o portal está destruída. A fachada sul da igreja é sustentado por cinco arcobotantes, adicionados em 1399 após um desabamento durante a construção da igreja. O interior apresenta três naves e cabeceira com uma capela-mor e quatro absidiolos. O tecto da nave da igreja desapareceu com o terramoto, e só os arcos ogivais transversais que o sustentavam são visíveis hoje.

No Largo do Carmo, em frente ao convento, encontra-se o Chafariz do Carmo (séc XVIII), desenhado por Ângelo Belasco e decorado com quatro golfinhos

Museu

O corpo principal da igreja e o coro, cujo telhado resistiu ao terramoto, abrigam agora um Museu Arqueológico com uma pequena mas interessante colecção. Do paleolítico e neolítico português destacam-se as peças provenientes de escavaçoes de uma fortificação pré-histórica perto de Azambuja (3500 AC – 1500 AC).

O núcleo de túmulos góticos inclui o de D. Fernando Sanches (início do séc XIV), decorado com cenas de caça ao javali, e o magnífico túmulo do rei D. Fernando I (reinado 1367-1383), transferido de um convento em Santarém para o museu. Destaca-se também uma estátua de um rei do século XIII (talvez D. Afonso Henriques), além de peças romanas, visigóticas e até múmias sul-americanas.

 

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(Fonte: Wikipedia)

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